A ministra das Finanças, Carla Loveira, garantiu esta quarta-feira (17) que os bloqueios de cartões bancários moçambicanos no exterior não resultam da inclusão de Moçambique na “lista cinzenta” do GAFI (Grupo de Ação Financeira Internacional), mas sim de casos pontuais atribuíveis a cada banco comercial.
Durante declarações à imprensa, Loveira explicou que o Governo está plenamente consciente dos riscos associados ao alerta dos bancos internacionais e já está a implementar medidas urgentes para evitar um colapso completo nas transacções internacionais, o chamado “cenário da lista negra”, que levaria ao bloqueio generalizado de cartões, encerramento de contas e suspensão de transferências com o exterior.
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“Esses episódios não têm relação directa com a lista cinzenta. São situações específicas, e os bancos têm de explicar aos seus clientes. Mas, como Governo, não estamos de braços cruzados”, declarou a ministra, afastando rumores de uma iminente crise sistémica.
Moçambique foi incluído em 2022 na lista de países com deficiências estratégicas na prevenção do branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo, o que levou a aumento da vigilância por parte de instituições financeiras globais.
Fontes do sector bancário, sob anonimato, confirmaram que alguns bancos correspondentes no exterior suspenderam temporariamente certas operações por falta de garantias de conformidade regulatória, levando a interrupções no uso de cartões de débito e crédito em países como Portugal, África do Sul, Emirados Árabes Unidos e Turquia.
Analistas financeiros consideram que um eventual bloqueio total dos cartões no exterior causaria fortes impactos sobre importadores, estudantes fora do país, viajantes e empresas que dependem de plataformas digitais e comércio electrónico.
