Um clima de incerteza e expectativa paira sobre as águas do Oceano Índico, ao largo da Praia de Xai-Xai, província de Gaza, onde um navio de origem desconhecida permanece imobilizado há mais de três milhas náuticas da costa.
A embarcação foi avistada pela primeira vez na terça-feira da presente semana, despertando preocupações junto das autoridades marítimas, que ainda não conseguiram identificar a sua proveniência, carga ou objetivo.
Pelágio Duvane, delegado do Instituto Nacional de Transportes Marítimos (INTRASMAR) em Gaza, confirmou que o navio não consta nos registos oficiais e que os esforços iniciais para estabelecer contacto não obtiveram sucesso.
“Entramos em contacto com o posto de rádio naval e fornecemos os dados visuais que conseguimos recolher do navio. Foi feito um rastreio, o navio foi visualizado, mas não se conseguiu estabelecer comunicação. Alegadamente, os instrumentos usados não têm cobertura suficiente para alcançar o local exato,” explicou Duvane.
Com a situação envolta em mistério, e o silêncio do navio a alimentar especulações, aguarda-se agora a chegada de uma equipa da Marinha de Guerra para proceder a uma investigação minuciosa no local.
As autoridades não descartam nenhuma hipótese — desde uma embarcação à deriva, envolvimento em actividades ilegais, avaria técnica, ou até origem clandestina.
A presença de um navio não identificado tão próximo da costa moçambicana levanta preocupações em torno da segurança marítima, tráfico ilícito, ou violações do espaço marítimo nacional.
Este incidente destaca ainda as limitações tecnológicas e logísticas com que se deparam as instituições de controlo marítimo no país, abrindo espaço para reflexões mais profundas sobre investimento em defesa costeira e vigilância naval.