O que deveria ser um espaço de aprendizado e bem-estar infantil transformou-se em motivo de revolta para um grupo de pais e encarregados de educação no município da Matola. O alvo das críticas é o Externato “Cantinho do Céu”, acusado de proibir a entrada de alimentos levados de casa e obrigar os alunos a consumir refeições fornecidas pela escola, alegadamente de baixa qualidade.
“Isto não é um cantinho do céu, é um cantinho do inferno! Estamos a pedir socorro. Chega de ditadura alimentar!”, desabafou uma mãe, visivelmente indignada, durante uma manifestação simbólica frente ao portão da escola.
Segundo relatos, a escola obriga os alunos a aderirem ao serviço de catering interno, mesmo diante de reclamações constantes sobre a qualidade das refeições. Alguns pais afirmam que os alimentos são mal confecionados, sem variedade, e até prejudiciais à saúde das crianças.
A maior polémica, no entanto, gira em torno da proibição de entrada de alimentos trazidos de casa, o que para muitos encarregados representa uma violação do direito de escolha e da autonomia familiar.
Do outro lado, a direção da escola minimiza o protesto. O porta-voz do colégio diz que o problema é causado por uma minoria barulhenta, estimada em “1% dos encarregados”, que — segundo ele — “não entende a filosofia da escola”.
“O nosso sistema de alimentação está alinhado com o nosso projeto pedagógico. Há quem tente criar confusão e manchar a imagem do que temos feito com seriedade”, reagiu o representante do externato.
A controvérsia acende o debate sobre o direito dos alunos à alimentação saudável e às escolhas familiares, versus as regras institucionais que buscam padronizar os serviços prestados.
Pais clamam por diálogo aberto e melhoria no padrão das refeições; enquanto isso, a escola mantém sua postura rígida, apontando para a necessidade de uniformidade e segurança alimentar.
