Crise alimentar em África agrava-se apesar de recuo global da fome, alerta ONU

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Enquanto o mundo celebra sinais de progresso na luta contra a fome, África caminha na contramão. Um novo relatório das Nações Unidas revela que a fome no continente continua a crescer, representando 60% dos casos de subnutrição global previstos até o fim da década.

O alerta foi reforçado pelo Secretário-Geral da ONU, António Guterres, numa mensagem por vídeo durante a Cúpula Global de Sistemas Alimentares da União Africana, realizada na Etiópia. Guterres foi enfático:

“A comida não pode ser usada como arma de guerra.”

De acordo com os dados revelados:

  • 512 milhões de pessoas poderão continuar subnutridas no mundo até 2030
  • Destas, cerca de 307 milhões estarão em África
  • 280 milhões de africanos já se encontram actualmente em situação de desnutrição


A African News destaca que a crise está a ser impulsionada por choques climáticos extremos, conflitos armados persistentes e perturbações económicas profundas, agravadas por impactos globais como pandemias e guerras externas.

O presidente da Comissão da União Africana, Mahamoud Ali Youssouf, foi categórico ao apontar que a insegurança alimentar não é um problema de escassez de soluções, mas de prioridades políticas e financiamento insuficiente. A cúpula reuniu chefes de Estado, representantes de agências da ONU, ONGs e parceiros de desenvolvimento, todos a clamar por investimentos urgentes em:

  • Agricultura sustentável
  • Resiliência climática
  • Sistemas de proteção social
  • Inovação tecnológica rural

Líderes africanos alertaram ainda que a fome alimenta tensões sociais, migração forçada e conflitos armados, sendo, portanto, uma ameaça direta à estabilidade política e ao desenvolvimento sustentável da região.

A cúpula termina com o compromisso de elaborar uma estratégia continental unificada, capaz de mobilizar recursos e acelerar a transformação dos sistemas alimentares africanos.

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