Moçambique pode ser banido do comércio internacional de pau-preto por contrabando

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Imagine ser o guardião do tesouro negro da natureza, uma madeira rara, valiosa e símbolo da riqueza florestal de Moçambique — o pau-preto. Pois bem, esse tesouro está ameaçado, não por causas naturais, mas por mãos invisíveis que carregam camiões carregados de contrabando rumo a mercados internacionais, desafiando leis e colocando em xeque o futuro da nossa floresta.

Moçambique, maior detentor mundial do pau-preto, enfrenta hoje um dilema preocupante: sem fiscalização rigorosa, o contrabando corre solto, e o país caminha para um castigo severo — ser banido do comércio internacional dessas espécies preciosas, segundo alertou a CITES, a autoridade global que regula o comércio sustentável de recursos florestais e faunísticos.

Em grandes mercados mundo afora, madeiras negras do nosso solo aparecem sem rastreio, sem controle e, pior, sem benefício para as comunidades que vivem e dependem da floresta. “Estamos perdendo não só o recurso, mas também receitas valiosas que poderiam ajudar no desenvolvimento do país”, lamenta Ernesto Witimane Júnior, especialista da Universidade Eduardo Mondlane.

O cenário foi discutido recentemente em Lichinga, onde técnicos, governantes e especialistas debateram as regras da exploração sustentável, um caminho obrigatório para quem quer proteger o futuro do pau-preto — e do próprio Moçambique.

O tempo urge. Se o combate ao contrabando falhar, Moçambique pode perder o direito de vender legalmente o pau-preto e outras madeiras nobres no mercado internacional — um golpe duro para a economia e para a conservação ambiental.

Este não é apenas um chamado para o Governo, mas para cada cidadão: a floresta é nosso legado, e a luta contra o contrabando é uma batalha que envolve toda a sociedade.

Preservar o pau-preto é preservar a identidade, a riqueza e o futuro de Moçambique.

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