Desmobilizados da Renamo convocam reunião nacional e convidam Ossufo Momade

Num momento considerado crítico, os desmobilizados da Renamo anunciaram a realização de uma reunião nacional para discutir o futuro do partido. Embora critiquem a liderança de Ossufo Momade, abriram espaço para a sua participação no encontro, que ainda não tem data nem local definidos.

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Um novo capítulo de tensão interna começa a escrever-se nas fileiras da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo). Esta quarta-feira, um grupo de desmobilizados do partido chamou a imprensa para anunciar a organização de uma reunião nacional de carácter urgente, com o objetivo de avaliar a saúde interna da formação política e traçar caminhos para o seu futuro.

Sob o argumento de que a Renamo atravessa “um momento sombrio”, especialmente após os resultados das eleições gerais de Outubro passado, os desmobilizados criticam fortemente a atual liderança de Ossufo Momade. Segundo eles, o partido encontra-se fragilizado, sem rumo claro, e mergulhado num silêncio que consideram prejudicial.

Mesmo com acusações diretas à liderança de Momade — a quem atribuem responsabilidade pela alegada estagnação política — os desmobilizados mostraram abertura ao diálogo, convidando formalmente o presidente do partido a participar da futura reunião.

“Não temos datas definidas nem local certo ainda, mas o objetivo está claro: salvar a Renamo do colapso. Queremos ouvir todos, inclusive Ossufo Momade, se estiver disposto a dialogar com seriedade,” afirmou João Machava, porta-voz dos desmobilizados.

O grupo denuncia também o suposto encerramento sistemático das delegações provinciais e distritais do partido, o que consideram ser uma manobra para desarticular estruturas locais e centralizar o poder nas mãos do atual presidente.

Além disso, apontam que a convocação do Conselho Nacional — órgão máximo entre congressos — tem sido propositadamente adiada, numa tentativa de “legitimar-se junto de alguns membros, sem respeitar os mecanismos democráticos internos.”

A crise interna da Renamo ganha, assim, novos contornos. O anúncio da reunião nacional dos desmobilizados surge como uma iniciativa inesperada, que pode reacender o debate sobre a liderança do maior partido da oposição e moldar o seu futuro num cenário político moçambicano cada vez mais dinâmico.

Seja qual for o desfecho, uma coisa é certa: os desmobilizados da Renamo não pretendem permanecer em silêncio. E, com ou sem a presença de Ossufo Momade, estão determinados a reposicionar o partido que ajudaram a construir.

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