Greve de transportadores na rota Matola-Gare–Zimpeto paralisa mobilidade pelo segundo dia

Transportadores semi-coletivos mantêm greve na rota Matola-Gare–Zimpeto em protesto contra alegados abusos da Polícia Municipal. Paralisação afeta centenas de passageiros e gera impasse nas negociações.

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A rotina de centenas de munícipes entre Matola e Zimpeto está profundamente afetada pela paralisação dos transportadores semi-coletivos que operam na rota Matola-Gare–Zimpeto. Pelo segundo dia consecutivo, as viaturas permaneceram fora de circulação, obrigando passageiros a enfrentarem longas esperas, deslocações a pé e custos adicionais para chegar aos seus destinos.

O protesto, segundo os operadores, é motivado por alegados excessos da Polícia Municipal, incluindo aplicação de multas consideradas injustas e intimidações durante a fiscalização.

De acordo com a TV Miramar, os transportadores afirmam que não retomarão as atividades sem garantias formais de que os seus direitos serão respeitados e que haverá uma revisão das práticas de fiscalização.

“Estamos a ser multados por situações que não correspondem à realidade. Queremos que as autoridades nos ouçam e que haja clareza sobre as regras”, declarou um dos motoristas.

A insatisfação aumentou após a detenção de sete transportadores na sequência de uma paralisação anterior, o que os operadores consideram uma tentativa de intimidação.

A ausência dos “chapas” deixou centenas de passageiros presos em filas, muitos sem alternativa de transporte. Alguns relataram ter perdido consultas médicas, compromissos de trabalho e até dias de aula devido à dificuldade em se deslocar.

“Hoje tive que pagar o dobro do valor para chegar ao serviço. Não podemos continuar assim”, lamentou uma passageira.

Embora a Polícia Municipal ainda não tenha emitido um posicionamento oficial sobre as acusações, fontes próximas à corporação indicam que as operações de fiscalização fazem parte de um esforço para melhorar a segurança e a ordem no transporte público. No entanto, motoristas denunciam que, na prática, muitas dessas ações resultam em multas arbitrárias e perseguições.

Até ao momento, não há data definida para o fim da greve. Os transportadores aguardam a intervenção de entidades competentes, como o Conselho Municipal e a Direção de Transportes, para que seja aberto um canal de negociação.

Enquanto isso, a população que depende desta rota segue à mercê de um impasse que expõe fragilidades históricas na mobilidade urbana da região metropolitana de Maputo — marcada por conflitos recorrentes entre transportadores e autoridades.

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