O comandante João de Abreu deixou oficialmente de exercer funções como Presidente do Conselho de Administração (PCA) do Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM). A decisão foi formalizada através de um despacho assinado, nesta quarta-feira, pelo ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe.
A exoneração surge em um momento de forte atenção mediática ao setor da aviação no país, marcada pela polémica sobre as tarifas consideradas ilegais cobradas pela Linhas Aéreas de Moçambique (LAM).
Segundo apurou o jornal O País, João de Abreu já havia apresentado, na terça-feira, um pedido formal de afastamento do cargo, alegando motivos de saúde. No dia seguinte, a solicitação recebeu resposta oficial, resultando na sua exoneração imediata.
Apesar da assinatura do despacho pelo ministro, o afastamento ainda precisa ser ratificado pelo Conselho de Ministros, que se reúne semanalmente às terças-feiras. Assim, a decisão deverá ser apreciada e confirmada na próxima sessão do órgão.
Curiosamente, no mesmo dia da exoneração, João de Abreu concedeu entrevista exclusiva à STV, abordando diretamente a polémica sobre as tarifas da LAM. O ex-PCA negou qualquer envolvimento do IACM na definição dos preços cobrados pela companhia aérea nacional.
A declaração procura reforçar a posição de que o instituto regulador não teve participação na prática denunciada e, ao contrário, foi responsável por denunciar o caso às autoridades competentes.
A saída de João de Abreu acontece num momento em que o setor aéreo moçambicano enfrenta desafios significativos, desde questões de regulação de tarifas até a necessidade de melhorias na gestão e competitividade das companhias nacionais.
O caso das tarifas ilegais da LAM — que vem sendo acompanhado por órgãos reguladores e pela opinião pública — pode vir a gerar novas mudanças na liderança e na política regulatória do setor nos próximos meses.