O Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos de Moçambique oficializou nesta sexta-feira, 15 de agosto, a aprovação da nova formação política liderada por Venâncio Mondlane, que passa a se chamar ANAMOLA — sigla para Aliança Nacional para um Moçambique Livre e Autónomo.
A novidade foi confirmada pelo assessor do ex-candidato presidencial, Dinis Tivane, através de sua página oficial no Facebook, em mensagem entusiástica:
“Irmãos, é oficial! Agora é ANAMOLA. Recebi, há uns minutos, uma chamada do nosso advogado, o ilustre Dr. Mutola. Ele disse: ‘Dinis, nosso partido está, finalmente, aprovado. Agora é ANAMOLA.’ Festejemos o início formal da revolução moçambicana”, escreveu Tivane.
O reconhecimento coloca fim a meses de espera e trâmites legais, desde que Mondlane submeteu, em 6 de junho, um recurso ao Ministério da Justiça, respondendo às exigências do Governo para alteração da sigla original do partido, ANAMALALA. O Governo havia solicitado a mudança, argumentando que o termo “Anamalala”, proveniente da língua macua falada na província de Nampula, norte do país, já possuía um significado linguístico próprio, significando “vai acabar” ou “acabou”.
Durante a campanha presidencial de 09 de outubro de 2024, Mondlane utilizou a expressão como slogan político, que acabou se popularizando também durante protestos convocados por ele nos meses seguintes, especialmente após não reconhecer os resultados eleitorais.
Em 07 de agosto, Mondlane anunciou publicamente a alteração da sigla de Anamalala para ANAMOLA, mantendo o significado formal de Aliança Nacional para um Moçambique Livre e Autónomo, conforme exigido pelo Governo e reforçado no recurso apresentado ao Conselho Constitucional. A ação foi motivada pelo fato de que o Ministério da Justiça não havia respondido ao pedido inicial dentro do prazo legal estipulado.
Em comunicado oficial, o ministério, assinado pelo ministro Mateus Saíze em 28 de maio, havia dado um prazo de 30 dias para a adaptação da sigla, ressaltando a importância de evitar confusões linguísticas e políticas na comunicação pública.
Com a aprovação, a ANAMOLA passa a atuar legalmente no cenário político moçambicano, podendo participar de processos eleitorais, realizar atividades políticas e mobilizar cidadãos de maneira institucional. Desse jeito, o novo partido poderá fortalecer o debate democrático, trazer novas propostas e alternativas à população e dinamizar o cenário político nacional.
Mondlane e sua equipa prometem agora estruturar o partido, consolidar bases regionais e preparar-se para futuras eleições, garantindo que a ANAMOLA se torne uma força política relevante em Moçambique.