A política local na cidade da Matola voltou a aquecer. Nove membros da Assembleia Municipal da Matola, que afirmam ter sido afastados das suas funções pela bancada da RENAMO, acusam o órgão de estar a agir à margem da lei e de apadrinhar o presidente da RENAMO, Ossufo Momade.
Segundo os dissidentes, o afastamento não respeita os trâmites legais e configura uma manobra política destinada a silenciar vozes divergentes dentro da própria formação política. Os membros garantem que continuam a representar a vontade popular e prometem não cruzar os braços diante do que classificam como uma “injustiça política”.
Em declarações à imprensa, os membros afastados afirmaram que a decisão representa um retrocesso democrático e fragiliza o funcionamento da Assembleia Municipal, cuja missão deveria ser a de garantir a pluralidade e a fiscalização transparente dos assuntos do município.
“A Assembleia Municipal não pode funcionar como um instrumento de um partido ou de uma liderança específica. A lei existe para ser respeitada, e o que está a acontecer é um atropelo à democracia”, acusou um dos membros dissidentes.
Perante as críticas, o porta-voz da Assembleia Municipal da Matola reagiu de forma categórica. Mas câmeras da TV Miramar, sublinhou que todas as decisões tomadas contra os nove membros têm base legal e encontram respaldo nos estatutos e regulamentos que regem o funcionamento do órgão.
Este episódio expõe as tensões internas que têm marcado a vida política da Matola, uma das cidades mais populosas e estratégicas do país. A acusação de “apadrinhamento” a Ossufo Momade por parte dos membros dissidentes coloca ainda mais pressão sobre a liderança da RENAMO, num momento em que o partido procura reforçar a sua presença nos municípios e consolidar a sua base de apoio.
A disputa não é apenas política: está em causa a legitimidade de representação e a confiança dos cidadãos nos seus representantes. Enquanto os membros afastados prometem recorrer a instâncias superiores para reaver os seus mandatos, a Assembleia Municipal insiste que o processo foi conduzido com base em critérios legais.