A tensão no Desportivo da Matola atingiu o ponto de ruptura. Os jogadores anunciaram que não entrarão em campo na próxima jornada do Moçambola, marcada para o confronto com o Ferroviário de Nacala, caso a direção do clube não quite os salários em atraso até o final desta semana.
Segundo os atletas, a decisão é irreversível: ou recebem, ou não jogam.
O problema não é recente, mas a paciência esgotou-se. Há mais de seis meses sem receber, os jogadores afirmam que, apesar de reuniões com autoridades municipais da Matola e com a direção do clube, nenhuma solução concreta foi apresentada.
“Treinamos todos os dias, de manhã até ao final da tarde, mas não conseguimos sustentar as nossas famílias. Já ouvimos promessas demais”, disse um dos capitães de equipa.
Desta vez, o grupo afirma estar totalmente unido. Não haverá recuos, e a paralisação é, segundo eles, uma forma de pressionar o clube a resolver de vez a questão salarial.
Fontes próximas ao elenco revelam que alguns jogadores enfrentam dificuldades básicas para pagar renda, alimentação e transporte, situação que afeta também o rendimento dentro de campo.
Até ao momento, a direção do Desportivo da Matola não se pronunciou oficialmente sobre o ultimato. Caso a greve se confirme, a nona jornada do Moçambola poderá sofrer alterações e o clube corre o risco de sanções desportivas.
O episódio lança luz sobre um problema recorrente no futebol moçambicano: a instabilidade financeira dos clubes, que frequentemente leva a atrasos salariais e à precariedade das condições de trabalho dos atletas.