Textáfrica ameaça abandonar o Moçambola e acusa presidente da FMF de perseguição

O Textáfrica de Chimoio ameaça deixar o Moçambola, acusando a Federação Moçambicana de Futebol de perseguição. Clube nega dívidas, critica duramente Feizal Sidat e denuncia prejuízos na busca por patrocinadores.

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O ambiente no Moçambola aqueceu fora das quatro linhas. O Textáfrica de Chimoio, um dos clubes mais históricos do futebol moçambicano, ameaça abandonar o campeonato nacional após declarações que acenderam a polémica e colocaram a Federação Moçambicana de Futebol (FMF) e a Liga Moçambicana de Futebol (LMF) no centro das atenções.

No dia 24 de julho, o presidente da FMF, Feizal Sidat, alertou que alguns clubes não cumprem os requisitos mínimos da competição e podem ser excluídos. Em seguida, o presidente da LMF, Alberto Simango, reforçou o aviso, citando diretamente o Textáfrica e o Desportivo da Matola como clubes em risco de perder pontos ou até serem despromovidos, caso não regularizem a sua situação administrativa — especialmente no que toca ao pagamento de salários em atraso.

As declarações não caíram nada bem no Estádio Soalpo. O presidente do Textáfrica, Sérgio Pereira, reagiu de forma contundente, acusando as entidades que regulam o futebol nacional de perseguição deliberada. “Temos provas de que todas as dívidas e salários foram pagos. Esta narrativa de que estamos em incumprimento é falsa e só serve para manchar a imagem do clube”, afirmou.

Ao ser questionado sobre quem estaria por trás dessa alegada perseguição, Sérgio Pereira não hesitou: apontou diretamente para Feizal Sidat, presidente da FMF.

Para o dirigente, as acusações públicas têm causado prejuízos graves: “Essas informações afugentam patrocinadores e colocam em risco o futuro financeiro do Textáfrica. É melhor sair do campeonato do que continuar a suportar gastos que ultrapassam um milhão de meticais por mês.”

A tensão aumentou quando Ângelo Gerónimo, antigo jogador e figura respeitada no clube, lançou críticas duríssimas a Sidat, chamando-o de “autêntico paraquedista” que “caiu na FMF” e “não sabe o que está a fazer”, recomendando-lhe que “se mantenha calado” para não prejudicar ainda mais o futebol nacional.

Enquanto a crise se arrasta, a incerteza paira sobre o futuro do Textáfrica no Moçambola. O episódio expõe não só as fragilidades administrativas de alguns clubes, mas também as fraturas políticas e institucionais que minam o futebol moçambicano. Resta saber se haverá reconciliação… ou se o “Fabrim” vai mesmo fechar as portas da competição mais importante do país.

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