Camponesa Encontra AK-47 da Guerra Civil na Machamba em Zambézia

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Uma simples jornada de cultivo transformou-se num episódio insólito e comovente para os moradores do povoado de Munhombone, na localidade de Namacata, distrito de Nicoadala, província da Zambézia. Uma camponesa local descobriu, enterrada na sua machamba, uma arma de guerra do tipo AK-47, em avançado estado de ferrugem — possivelmente um vestígio da guerra civil moçambicana que assolou o país entre 1977 e 1992.

Segundo confirmou ao “Notícias Online” a porta-voz do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM), Belarmina Henriques, o armamento foi encontrado envolvido num saco plástico e removido pelas autoridades no último sábado.

“Trata-se de uma AK-47 com evidentes sinais de ferrugem, o que indica que esteve enterrada por longos anos. Presumimos que tenha sido escondida durante os tempos do conflito armado, há mais de 30 anos”, explicou a porta-voz.


A descoberta deu-se na passada sexta-feira (14), quando a camponesa, cuja identidade não foi revelada por motivos de segurança, manuseava a terra para o cultivo de mandioca. Ao escavar uma porção mais funda do terreno, sentiu um objeto rígido e estranho. O susto foi imediato.

“Ela pensou que fosse um pedaço de ferro ou alguma ferramenta abandonada, mas ao desenterrar o saco e abri-lo, deparou-se com uma arma de fogo”, contou um vizinho à reportagem.

A notícia espalhou-se rapidamente pelo povoado, mobilizando dezenas de curiosos e provocando uma mistura de temor e assombro. A PRM foi imediatamente contactada e deslocou-se ao local no dia seguinte para proceder à remoção da arma, que já se encontra sob custódia das autoridades competentes.

Este episódio, apesar de isolado, reacende memórias traumáticas da guerra civil moçambicana, cujas cicatrizes ainda marcam muitas comunidades, sobretudo nas zonas rurais.

“É um lembrete de que, embora o país esteja em paz há décadas, os vestígios de conflito continuam enterrados, literalmente, debaixo dos nossos pés”, comentou um ancião local, visivelmente emocionado.


Casos como este levantam preocupações sobre a necessidade contínua de desminagem e remoção de armamento escondido ou abandonado em antigas zonas de conflito.

A PRM da Zambézia aproveitou o momento para apelar à população no sentido de manter vigilância e reportar qualquer objeto estranho ou suspeito, sobretudo em áreas rurais onde outrora existiram bases ou movimentações militares.

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