Daniel Chapo afirma que não irá cair nas chantagens da Mozal

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, alertou que as tarifas propostas pela Mozal colocariam em risco a sustentabilidade da Hidroelétrica de Cahora-Bassa (HCB). Governo defende interesse nacional nas negociações e garante que não aceitará acordos que levem a HCB ao colapso.

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O Presidente da República, Daniel Chapo, alertou este domingo que as tarifas propostas pela Mozal para o consumo de energia da Hidroelétrica de Cahora-Bassa (HCB) “levariam a empresa de produção de eletricidade ao colapso”. O Chefe de Estado reagia assim à pressão feita pela multinacional do setor do alumínio, que exige uma redução drástica no custo de energia.

Falando em Antananarivo, no balanço da sua participação na 45ª Cimeira da SADC, o Presidente reiterou que o Governo está aberto ao diálogo, mas não abdicará da sustentabilidade da HCB, considerada “a galinha dos ovos de ouro” da economia moçambicana.

“A Mozal está a propor as suas tarifas e o Governo, através da HCB, que fornece, vende e exporta energia elétrica para a Escom, está neste momento a discutir. Mas é preciso deixar claro: se aceitarmos as tarifas que a Mozal propõe, a HCB pode colapsar”, afirmou Daniel Chapo.

O Presidente sublinhou que as conversações com a multinacional continuam, mas deixou claro que o Executivo não aceitará qualquer acordo que transforme a HCB em mera financiadora da Mozal.

“Estamos a defender o interesse nacional e os interesses do povo moçambicano. Não podemos aceitar tarifas que levem a HCB a subsidiar a Mozal e a entrar em colapso. Se chegarmos a um consenso justo, não haverá problemas”, destacou.


A posição firme de Chapo surge após a ameaça da Mozal de encerrar operações em Moçambique caso não seja alcançado um acordo favorável. A empresa é responsável por uma fatia relevante das exportações nacionais, mas o Governo insiste que a soberania energética e a sobrevivência da HCB estão acima de qualquer pressão externa.

Para além do dossiê energético, Daniel Chapo destacou avanços conseguidos na Cimeira da SADC, sobretudo a aprovação do orçamento de 3,5 milhões de dólares para o funcionamento pleno do Centro das Operações Humanitárias de Emergência, sediado em Nacala (Nampula).

Segundo o Chefe de Estado, esse orçamento permitirá reforçar a capacidade de resposta regional em situações de crise humanitária, num contexto em que vários Estados membros enfrentam dificuldades financeiras.

À margem do encontro, Chapo manteve audiências bilaterais com líderes regionais e parceiros estratégicos, encontros que, segundo o Presidente, “abrirão caminho para resultados concretos a curto e médio prazo”.

A visita oficial de Daniel Chapo a Madagáscar terminou nesta segunda-feira, com a reafirmação de que Moçambique manterá a HCB como pilar estratégico da economia nacional, não cedendo a pressões que coloquem em risco o futuro energético do país.

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