O sector da Educação e as autoridades policiais na província de Maputo estão a conduzir uma investigação para apurar a autoria e a extensão de um escândalo de fraude académica que envolveu o vazamento das últimas provas trimestrais realizadas entre quarta e quinta-feira da semana passada.
Segundo informações apuradas, a suspeita surgiu numa das escolas quando vários alunos concluíram a prova de Inglês em tempo recorde, levantando dúvidas entre professores e fiscais. Uma análise inicial revelou que muitos estudantes já possuíam cópias digitais dos testes nos telemóveis antes mesmo da realização das avaliações.
O caso ganhou proporções ainda maiores quando se descobriu que os enunciados das provas circulavam em grupos de redes sociais, possibilitando que dezenas de alunos tivessem acesso antecipado ao conteúdo.
Face à gravidade da situação, o sector da Educação decidiu anular imediatamente as provas já realizadas nas disciplinas de Química, História e Inglês. Além disso, optou-se pelo cancelamento preventivo das avaliações de Educação Visual, Francês, Geografia e Biologia, que ainda não tinham sido aplicadas.
A Direção Provincial da Educação informou que está a elaborar novas estratégias de segurança para impedir que incidentes semelhantes se repitam. Entre as medidas em estudo estão:
- Impressão das provas apenas poucas horas antes da aplicação;
- Transporte e armazenamento com escolta policial;
- Restrição de acesso aos enunciados a um número reduzido de funcionários;
- Monitoramento reforçado durante as avaliações.
As provas anuladas começaram a ser reaplicadas ainda esta semana, num processo que deverá encerrar amanhã. As autoridades também estão a recolher depoimentos de professores, alunos e funcionários administrativos para identificar os responsáveis pelo vazamento.