A diplomacia internacional voltou a ganhar destaque nesta segunda-feira (18) para Washington, onde vai decorrer uma reunião de alto nível marcada no sábado, após a cimeira histórica entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, no Alasca. O encontro, muito aguardado, terminou sem o cessar-fogo que a Casa Branca desejava, mas abriu espaço para novas movimentações políticas.
Trump, que inicialmente defendia uma trégua imediata como passo essencial, alterou a sua posição depois das conversações com Putin e subsequentes contactos com Volodymyr Zelensky e vários líderes europeus. Segundo o presidente norte-americano, as tréguas em cenários de guerra “falham frequentemente” e apenas um acordo de paz duradouro pode pôr fim ao conflito que consome a Ucrânia desde a invasão russa, em fevereiro de 2022.
Apesar da mudança de tom em Washington, o governo ucraniano continua firme. Zelensky insiste que um cessar-fogo imediato é condição prévia para qualquer negociação, recusando abrir portas a conversações que possam consolidar ganhos territoriais da Rússia. “Sem tréguas, não há mesa de diálogo”, tem repetido o presidente ucraniano.
Numa demonstração de unidade política e militar, Zelensky chegou aos Estados Unidos acompanhado de uma comitiva europeia sem precedentes, apelidada de “Coligação dos Dispostos”. Entre os nomes de maior destaque estão:
- Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia,
- Emmanuel Macron, presidente de França,
- Rishi Sunak, primeiro-ministro do Reino Unido,
- Olaf Scholz, chanceler alemão,
- Sauli Niinistö, presidente da Finlândia,
- Giorgia Meloni, primeira-ministra de Itália,
- e o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
Este alinhamento político mostra que, apesar das divergências quanto ao formato das negociações, o Ocidente permanece coeso no apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia.
Com a guerra a ultrapassar a marca de dois anos e sem sinais claros de resolução no campo de batalha, Washington assume-se, mais uma vez, como epicentro da diplomacia global. O futuro da Ucrânia, e em larga medida a estabilidade da Europa, joga-se agora entre as paredes das salas de reuniões da capital norte-americana, onde líderes tentam equilibrar estratégias militares, pressões económicas e a urgência humanitária.