O influenciador digital Hytalo Santos foi preso nesta sexta-feira (15) por exploração de crianças e adolescentes, após uma denúncia pública que tomou proporções nacionais e internacionais. A pressão sobre o caso aumentou após a publicação de um vídeo do youtuber Felipe Bressanim, mais conhecido como Felca, que abordou o fenômeno da adultização infantil nas redes sociais.
Em apenas oito dias, o vídeo de Felca ultrapassou 40 milhões de visualizações, mobilizando não só a opinião pública, mas também parlamentares e membros do judiciário, que intensificaram investigações sobre a exposição de menores na internet.
Hytalo ficou famoso ao “adotar” jovens que chamava de “crias”, participando de vídeos e reality shows caseiros publicados em suas redes sociais. Entre eles, uma adolescente que começou a aparecer aos 12 anos e hoje, aos 17, foi apontada por Felca como vítima de progressiva sexualização nas postagens.
Nos vídeos, menores eram vistos com roupas mínimas, participando de brincadeiras com insinuações sexuais e interações consideradas impróprias para a idade. O grupo era conhecido como “Turma do Hytalo”, e acumulava milhões de visualizações.
O Ministério Público da Paraíba (MP-PB) investiga Hytalo por exploração sexual, tráfico de pessoas, trabalho infantil artístico irregular e constrangimento de menores.
A prisão preventiva foi decretada para preservar provas e testemunhas, com base em “fortes indícios” de crimes contra crianças e adolescentes.
Na última quarta-feira (13), policiais cumpriam mandado de busca e apreensão, mas encontraram a casa de Hytalo vazia, com uma máquina de lavar ligada — detalhe que levantou suspeitas de vazamento da operação e tentativa de fuga com destruição de provas.
Um dia antes, na terça-feira (12), a Justiça determinou a remoção dos perfis de Hytalo em todas as plataformas. Até então, o influenciador acumulava 20 milhões de seguidores, o que potencializou o impacto das suas publicações e aumentou a gravidade das acusações.
O caso agora segue em investigação, e autoridades ressaltam que outros envolvidos na rede de produção de conteúdo também podem ser responsabilizados. A prisão de Hytalo se tornou um marco no debate sobre limites éticos e legais na criação de conteúdo envolvendo menores de idade no Brasil.