Israel abate 5 alegados terroristas disfarçados de trabalhadores de ONG em Gaza

Forças de Defesa de Israel afirmam que militantes em Gaza disfarçaram-se de trabalhadores humanitários da WCK para iludir operações militares. Caso expõe riscos e manipulação da ajuda humanitária no enclave em crise.

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As Forças de Defesa de Israel (FDI) denunciaram esta terça-feira uma suposta manobra de engano por parte de combatentes na Faixa de Gaza, que teriam usado o logótipo e o uniforme da organização humanitária World Central Kitchen (WCK) para mascarar as suas operações.

De acordo com o porta-voz militar, os militantes vestiam coletes amarelos e circulavam num veículo com símbolos da WCK, explorando a reputação e a confiança que instituições de ajuda humanitária gozam internacionalmente. O objetivo, segundo Israel, seria evitar ataques e deslocar-se livremente em áreas sob vigilância militar.

O episódio ocorreu em Deir al-Balah, no centro do enclave palestiniano. As FDI alegam que a viatura constituía “uma ameaça real e imediata” às tropas terrestres no terreno. Como resposta, a Força Aérea israelita lançou um ataque cirúrgico, que resultou na neutralização dos ocupantes.

“O Hamas e outras facções terroristas têm transformado esforços de assistência humanitária em ferramentas para atingir objetivos próprios, colocando em risco o bem-estar da população civil”, afirmou o comunicado.

A World Central Kitchen, criada pelo chef e ativista espanhol José Andrés, é uma das poucas organizações autorizadas a realizar entregas marítimas de alimentos e suprimentos para Gaza, com operações a partir de Chipre. A sua presença no território tem sido considerada vital para a sobrevivência de milhares de famílias.

A acusação surge num momento em que a ONU alerta para uma “fome generalizada” na Faixa de Gaza, exigindo a entrada imediata de alimentos e medicamentos. Israel, no entanto, contesta a gravidade do quadro descrito, sustentando que a ajuda está a ser encaminhada, embora reconheça desafios logísticos e de segurança.

O conflito escalou após os ataques de 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas e fizeram 250 reféns no sul de Israel. Desde então, segundo dados das autoridades de Gaza, mais de 61 mil palestinianos perderam a vida devido à ofensiva militar israelita, que também destruiu a maior parte da infraestrutura civil do enclave e obrigou centenas de milhares a fugir das suas casas.

Enquanto a tensão aumenta e a guerra prolonga-se, episódios como este colocam a ajuda humanitária no centro de um perigoso jogo de manipulação, onde a linha entre assistência e estratégia militar se torna cada vez mais difusa.

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