Ucrânia lança ataques com drones contra refinaria russa

Instalações de combustível em Saratov, na Rússia, sofrem explosões e incêndio após ataque com drones ucranianos. Moscovo afirma ter abatido 121 drones, enquanto Kiev promete continuar a reduzir o potencial militar russo.

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As Forças Armadas da Ucrânia confirmaram, este domingo, um ataque de drones contra as instalações de combustível na cidade de Saratov, um dos pontos estratégicos da Federação Russa no setor energético e militar. O ataque provocou múltiplas explosões e um incêndio de grandes proporções, segundo informações divulgadas pelo Estado-Maior ucraniano na rede social Facebook.

Saratov abriga uma das mais importantes refinarias do país, com capacidade anual para processar até sete milhões de toneladas de petróleo bruto. De acordo com Kiev, esta infraestrutura tem papel central no fornecimento de combustíveis às tropas russas que combatem na Ucrânia, sendo considerada um alvo legítimo na estratégia de enfraquecimento do poder bélico de Moscovo.

Numa declaração incisiva, os militares ucranianos sublinharam que irão “continuar a agir sistematicamente para reduzir o potencial económico-militar da Rússia” e pressionar Moscovo a pôr fim à guerra. “Cada ataque ao território russo aproxima a possibilidade de uma paz justa”, frisou o comunicado.

As autoridades russas confirmaram que uma pessoa morreu em consequência do ataque, sem fornecer mais detalhes sobre danos materiais ou a extensão do incêndio.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou ter abatido, durante a última noite, 121 drones ucranianos em diferentes regiões do país, incluindo na própria Saratov e na península da Crimeia, anexada ilegalmente em 2014.

A ofensiva aérea ucraniana ocorre num momento em que Moscovo intensifica operações no leste da Ucrânia e reforça a pressão militar no norte do país.

Este ataque acontece a menos de uma semana da reunião agendada para sexta-feira, no Alasca, entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin. O encontro surge após declarações polêmicas de Trump, que admitiu que um eventual acordo de paz poderia envolver “trocas de territórios” entre Moscovo e Kiev, algo que qualificou como “benefício mútuo”, mas de negociação “complicada”.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reagiu duramente, alertando que “qualquer decisão tomada sem a Ucrânia será contra a paz e nascerá morta”. Zelensky reforçou que o povo ucraniano “não vai abandonar sua terra aos ocupantes” e apelou para que Kiev seja incluída em qualquer solução diplomática.

No sábado, Zelensky manteve conversas telefónicas com líderes europeus, incluindo o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o presidente francês, Emmanuel Macron. Ambos reiteraram o apoio a Kiev e concordaram que qualquer acordo de paz deve envolver não apenas a Ucrânia, mas também a União Europeia.

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