O Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique decidiu nesta quinta-feira baixar a taxa de juro de Política Monetária de 11,08% para 10,25%, numa tentativa de estimular a economia nacional e aliviar o custo do crédito. A decisão representa um sinal positivo para consumidores e empresas, que poderão enfrentar condições ligeiramente mais favoráveis para obtenção de empréstimos bancários.
Entretanto, apesar da redução da taxa de referência, o Governador do Banco Central, Rogério Zandamela, alertou para o agravamento preocupante da pressão sobre o endividamento público interno, que continua a crescer de forma significativa. Segundo Zandamela, a dívida interna do Estado, excluindo contratos de mútuo, locação e responsabilidades em mora, atinge cerca de 454 mil milhões de meticais — um valor que reflete desafios complexos para a gestão fiscal do país.
“Nós, enquanto Banco de Moçambique, apenas monitoramos e respondemos à evolução da dívida pública. A estratégia de endividamento não é delineada por nós, e essa é uma questão que deve ser dirigida às entidades responsáveis pela política orçamental e financeira do Governo”, declarou Zandamela, referindo-se às autoridades competentes que definem os rumos da dívida nacional.
A redução da taxa de juro pretende incentivar o crédito e o investimento, numa altura em que Moçambique enfrenta desafios económicos tanto internos quanto externos. A pressão sobre a dívida pública, no entanto, pode limitar a capacidade do Governo em manter políticas fiscais expansivas sem comprometer a sustentabilidade financeira do país.
O Banco de Moçambique reafirma seu papel de regulador e fiscalizador do sistema financeiro, destacando a necessidade de coordenação entre políticas monetárias e fiscais para assegurar um ambiente económico estável e promotor do crescimento sustentável.