Edil da Matola fiscaliza produção de “Xivotxongo” e sinaliza nova era de rigor na indústria de bebidas

O Presidente do Conselho Municipal da Matola, Júlio Parruque, visitou duas fábricas de produção de "xivotxongo", observando de perto todo o processo de fabrico e embalamento. A visita, inserida na revisão da legislação sobre bebidas alcoólicas, demonstra o compromisso do município com o controlo de qualidade e exportação responsável destas bebidas espirituosas.

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Numa altura em que o debate sobre a produção e comercialização de bebidas alcoólicas ganha força em Moçambique, o Presidente do Conselho Municipal da Matola, Júlio Parruque, protagonizou esta quarta-feira uma visita estratégica a duas unidades fabris especializadas na produção do famoso “xivotxongo” — uma bebida espirituosa que tem marcado presença tanto no mercado nacional como internacional.

A Matola, cidade industrial por excelência da província de Maputo, destaca-se como o município com o maior número de fábricas deste género de bebida, o que justifica o interesse crescente das autoridades em compreender de perto o funcionamento destas unidades e assegurar que operam dentro dos padrões legais e sanitários estabelecidos.

Durante a visita, Júlio Parruque percorreu várias secções das fábricas, começando pelo processo de mistura, onde se demonstrou bastante interessado na composição e nos métodos de fabrico. Acompanhado por técnicos e responsáveis das unidades, o edil fez questão de compreender as fórmulas e ingredientes utilizados, numa tentativa de garantir que a qualidade do produto final não compromete a saúde pública.

Na secção de selagem e embalamento, o edil saudou o papel das mulheres que, com dedicação e destreza, embalam os pacotes de “xivotxongo”. Curiosamente, muitas dessas trabalhadoras confessaram não consumir a bebida, mas demonstram profissionalismo exemplar na sua manipulação e preparação para o mercado.

Outro ponto que mereceu destaque foi o laboratório de controlo de qualidade, onde especialistas testam e afinam as receitas para garantir uniformidade e segurança no consumo. A presença de tecnologia de análise e procedimentos laboratoriais reforça o compromisso de algumas fábricas com a melhoria contínua.

A equipa de reportagem da Miramar apurou ainda que parte da produção dessas unidades é exportada para países vizinhos, o que coloca o “xivotxongo” numa rota internacional, exigindo um nível ainda mais elevado de rigor nos processos produtivos.

A visita insere-se num contexto mais amplo de revisão das políticas nacionais sobre a produção e venda de bebidas alcoólicas. Recentemente, o Governo anunciou a suspensão de licenças para este sector e sinalizou a criação de um novo quadro legal, mais restritivo, com foco no controlo da qualidade e na prevenção de abusos relacionados ao consumo de álcool.

Num momento carregado de simbolismo e expectativa, o público esperava que o edil saísse das fábricas com uma lembrança tradicional — uma garrafa, uma caixa, ou pelo menos um copo da bebida. Mas, surpreendendo a todos, Júlio Parruque saiu de mãos vazias, numa postura que pode ser interpretada como sinal de distanciamento institucional e seriedade em relação à fiscalização da indústria.

A acção do edil lança uma mensagem clara: o município da Matola está atento, vigilante e comprometido com a saúde pública, a legalidade e a melhoria dos padrões industriais da sua principal cadeia de produção de bebidas espirituosas. É o início de um novo capítulo na regulação do “xivotxongo” — agora sob o olhar atento do poder local.

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