Enceramento da Mozal ameaça 4 mil empregos e expõe impasse com Governo

A Mozal pode encerrar as operações em Moçambique em 2026 devido ao impasse sobre tarifas de energia. Mais de 26 empresas subcontratadas e cerca de quatro mil empregos estão em risco.

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A permanência da Mozal, gigante da indústria de fundição de alumínio, em Moçambique está seriamente comprometida. O impasse sobre as tarifas de energia eléctrica ameaça não apenas a continuidade da multinacional no país, mas também a sobrevivência de 26 empresas subcontratadas no Parque Industrial de Beluluane, província de Maputo.

Caso não haja acordo, cerca de quatro mil trabalhadores podem engrossar a lista do desemprego, com impactos diretos na economia nacional e no tecido social das comunidades vizinhas.

Durante uma recente intervenção, o Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo, foi categórico em afirmar:

“Não podemos aceitar tarifas que vão levar a HCB a subsidiar a Mozal e colapsar a HCB.”

Para o Chefe do Estado, ceder às exigências da Mozal significaria pôr em risco a sustentabilidade da Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), empresa estratégica para o fornecimento de energia a Moçambique e à região.

Os efeitos do impasse já se fazem sentir. A Duys Group, responsável pela fabricação e manutenção dos potes utilizados na fundição de alumínio, suspendeu as actividades nesta quarta-feira. Portas encerradas, escritórios vazios e apenas seguranças no perímetro industrial: o cenário começa a traduzir o impacto da crise.

Em off, trabalhadores de outras prestadoras de serviços confessaram à nossa reportagem que também estão sob alerta e temem ser os próximos a perder o sustento.

De acordo com à TV Miramar, Onório Manuel, director-geral do MozParks, defendeu a necessidade de um equilíbrio nas negociações. Segundo ele, é essencial encontrar uma solução que preserve os interesses do Estado sem, contudo, inviabilizar a permanência da Mozal no país.

Ainda assim, reconhece que um acordo a curto prazo é improvável, dada a complexidade dos interesses em jogo.

A Mozal foi clara: se não houver consenso, as operações encerram em março de 2026. A multinacional argumenta que os atuais termos tarifários, que exigem o pagamento do preço real da energia proveniente da HCB, tornam inviável a manutenção das suas actividades em Moçambique.

Para o país, o encerramento da Mozal representaria não apenas a perda de milhares de postos de trabalho, mas também a saída de um dos maiores contribuintes fiscais e exportadores, abalando seriamente a balança comercial e industrial.

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