Moçambique acelera rumo ao acesso universal de energia até 2030

O Presidente Daniel Chapo garantiu que Moçambique terá acesso universal à energia até 2030, capitalizando a Hidroelétrica de Cahora Bassa, o projeto de Mphanda Nkuwa e fontes alternativas. Durante a assembleia-geral do Africa50, foram assinados acordos para novas linhas de transporte de eletricidade e construção de um centro de dados em Maputo.

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Com voz firme e visão estratégica, o Presidente da República, Daniel Chapo, anunciou esta quarta-feira que Moçambique está determinado a alcançar o acesso universal de energia até 2030. O plano combina capitalização de grandes ativos hidroelétricos, como a Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), o projeto de Mphanda Nkuwa, e o investimento robusto em energias alternativas.

Falando na abertura da assembleia-geral do Africa50, em Maputo — evento que este ano decorre sob o lema “Moçambique e Africa50: Unir Infraestruturas, Conectar Continentes e Transformar Vidas” —, Chapo traçou um mapa energético ambicioso. Segundo o chefe de Estado, esta estratégia integrada será o motor para industrialização, criação de emprego qualificado e valorização dos recursos internos.

“Moçambique compromete-se a universalizar o acesso à energia até 2030, com uma estratégia que combina desenvolvimento do mercado energético, industrialização e atração de investimento, capitalizando Cahora Bassa e Mphanda Nkuwa como motores da transformação económica”, afirmou Chapo.

Desde 2018, o acesso à eletricidade no país saltou de 31% para 62% da população, um feito que, segundo Chapo, resulta de programas agressivos de expansão da rede e da capacidade técnica da Electricidade de Moçambique (EDM). Nos últimos dois anos, o país ultrapassou a marca de 400 mil novas ligações anuais — um ritmo sem precedentes.

O Presidente destacou a HCB como um dos maiores pilares energéticos de África e reforçou o potencial de Mphanda Nkuwa, um megaprojeto que incluirá uma central hidroelétrica de 1.500 MW e uma linha de transporte de alta tensão com mais de 1.350 km, ligando Tete a Maputo.

Este empreendimento não apenas reforçará a capacidade de fornecimento interno, mas abrirá novas oportunidades para exportação de energia para países vizinhos, consolidando Moçambique como um hub energético regional.

A meta de eletrificação total conta com o apoio de iniciativas regionais e globais, como a Missão 300, liderada pelo Banco Mundial e pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), que visa levar energia a 300 milhões de africanos até 2030.

Chapo destacou ainda a parceria estratégica com o Africa50, que já apoia projetos de energia, digitalização, transporte e integração regional, incluindo postos fronteiriços de paragem única apoiados pela Área de Comércio Livre Continental Africana.

Durante a assembleia, foram assinados acordos que garantem:

  • Construção de três linhas de transporte de eletricidade (840 KV no total), com rotas estratégicas para melhorar a estabilidade da rede;
  • Ligação Metoro (Cabo Delgado) – Marrupa (Niassa), com capacidade de 220 KV;
  • Ligação Chumuarra (Zambézia) – Inhaminga (Sofala), com capacidade de 400 KV;
  • Ligação Metoro (Cabo Delgado) – Namialo (Nampula), também com 220 KV;
  • Implementação de um centro de dados em Maputo, que vai reforçar a infraestrutura digital do país.

Segundo o presidente do conselho de administração da EDM, Joaquim Henriques Ou-chim, estes projetos fortalecerão a segurança energética e digital, essenciais para o crescimento económico e para a integração de Moçambique nas cadeias globais de valor.

Ao encerrar o seu discurso, Chapo anunciou que o país acolherá o Fórum Presidencial de Investimento em Infraestruturas nos próximos meses, com foco em energia, corredores económicos e logísticos, digitalização e conectividade continental.

Para o Presidente, este é um momento histórico: “Cada quilómetro de cabo, cada barragem, cada painel solar que instalamos aproxima-nos de uma Moçambique mais justa, próspera e competitiva”.

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