Mozal ameaça encerrar operações devido ao fornecimento de energia elétrica

A gigante do alumínio Mozal poderá fechar as portas em Moçambique até março de 2026 devido à falta de acordo com o Governo sobre o fornecimento de energia elétrica. Entenda os impactos econômicos e sociais desse possível encerramento

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A Mozal, multinacional de referência na produção e exportação de alumínio, lançou um alerta que mexeu com o cenário econômico de Moçambique: se não houver um acordo com o Governo para garantir o fornecimento de energia elétrica nas próximas semanas, a empresa poderá encerrar totalmente as suas atividades até março de 2026.

O impasse surge na renovação do contrato de concessão de energia, fornecida pela Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) à estatal sul-africana Eskom, que posteriormente canaliza a eletricidade para a Mozal. O atual contrato expira em março de 2026, mas a escassez hídrica que assola a região há dois anos já reduziu drasticamente a capacidade de produção da HCB.

Segundo Graham Kerr, diretor executivo da South 32 — empresa que detém 63,7% das ações da Mozal — a HCB consegue fornecer apenas 350 megawatts dos 950MW necessários para manter a produção estável. Esse défice de 600MW coloca a fábrica à beira de uma paragem técnica, com consequências devastadoras para a indústria e para a economia nacional.

Kerr sublinha que a eletricidade representa cerca de 30% dos custos de produção do alumínio, enquanto 50% vêm da matéria-prima, adquirida no mercado internacional e sujeita a grandes oscilações de preço. A proposta apresentada pelo Governo, segundo ele, torna a operação financeiramente inviável, pois obrigaria a Mozal a trabalhar com prejuízo.

Representando um investimento de dois mil milhões de dólares, a Mozal é um dos maiores empreendimentos industriais do país, com forte impacto nas exportações e na geração de emprego. O eventual encerramento deixaria um vazio econômico significativo, podendo afetar toda a cadeia produtiva ligada ao alumínio.

As negociações continuam, mas o tempo é curto. Se não houver consenso sobre o modelo de fornecimento e os preços de energia, Moçambique poderá assistir à paralisação de uma das suas maiores e mais estratégicas indústrias.

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