O aumento repentino do preço do carvão vegetal nos estaleiros do bairro Intaka está a gerar forte indignação entre revendedores no município da Matola. O saco, que há poucos dias custava 1.200 meticais, passou a ser vendido por 1.400 meticais, encurtando drasticamente a margem de lucro de comerciantes que dependem desta atividade para o sustento diário.
Segundo os vendedores, a decisão dos fornecedores foi tomada sem aviso prévio e sem negociação, o que consideram uma forma de especulação num mercado já fragilizado pelo baixo poder de compra da população.
A revolta dos revendedores cresce ainda mais porque, recentemente, o governo libertou novas licenças de comercialização de carvão, medida que deveria facilitar a entrada de mais produto no mercado e, consequentemente, estabilizar os preços.

No entanto, os comerciantes afirmam que a subida contradiz essa expectativa e agrava as condições de trabalho. “Como vamos sobreviver se compramos caro e depois não conseguimos vender ao mesmo preço que o consumidor aceita?”, questionou um dos vendedores, em tom de desespero.
Alguns fornecedores, por seu lado, negam ter alterado os preços, afirmando que continuam a praticar os valores habituais. Mas os revendedores insistem que houve um ajuste unilateral e exigem maior clareza e diálogo transparente na definição dos preços praticados nos estaleiros.
Enquanto a disputa continua, os pontos de revenda nos bairros permanecem quase vazios. Muitos comerciantes deixaram de comprar novos sacos devido à falta de capital para suportar os custos elevados, o que compromete o abastecimento das famílias que dependem do carvão para cozinhar.
A situação gerou tensão nos estaleiros de Intaka, onde as queixas e acusações aumentam de intensidade, sinalizando a necessidade urgente de uma intervenção para garantir equilíbrio entre fornecedores e revendedores.
