Taxa de juro reduz aliviando custo do crédito bancário em Moçambique

A partir de Agosto, a taxa de juro de referência para empréstimos nos bancos comerciais moçambicanos será reduzida de 17,40% para 17,20%, facilitando o acesso ao crédito para empresas e consumidores.

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O custo do dinheiro nos bancos comerciais de Moçambique vai registar uma ligeira redução a partir de Agosto, com a taxa de juro de referência — conhecida no sistema financeiro como Prime Rate — a baixar dos actuais 17,40% para 17,20%. A decisão foi confirmada pelas principais instituições financeiras do país num comunicado conjunto divulgado esta semana.

A taxa de juro de referência funciona como a base sobre a qual os bancos aplicam os juros aos empréstimos contratados por empresas e consumidores. A ela é adicionada uma margem, ou spread, que varia conforme o risco de crédito do mutuário, o seu histórico financeiro, perfil comercial e eventuais acordos específicos firmados com as instituições bancárias.

“Esta taxa aplica-se a todas as operações de crédito contratualizadas, sejam elas novas, renovações ou renegociações, entre instituições de crédito e seus clientes, sendo acrescida de uma margem variável consoante o risco avaliado”, explica o comunicado.

Com a queda para 17,20%, espera-se um alívio moderado no custo total dos créditos, beneficiando sobretudo pequenos e médios empresários, assim como consumidores que dependem de financiamento para investimentos e consumo.

A trajetória de queda da taxa de juro de referência vem ocorrendo de forma gradual. Em Agosto de 2024, a taxa rondava os 21,20%, cerca de quatro pontos percentuais acima do valor atual. Esta diminuição está alinhada com as políticas monetárias adotadas pelo Banco de Moçambique, que têm promovido maior estabilidade financeira e redução das taxas interbancárias.

Segundo economistas locais, a redução da Prime Rate sinaliza uma tentativa dos bancos em estimular a economia, facilitando o acesso ao crédito num contexto em que o custo do financiamento ainda representa um entrave significativo para o crescimento dos negócios e para o consumo das famílias.

Apesar da queda, especialistas alertam que a taxa de 17,20% ainda é elevada em termos internacionais e que a margem de negociação entre bancos e clientes pode manter o custo final dos empréstimos relativamente alto, especialmente para os clientes com histórico de crédito mais arriscado.

Além disso, a concessão de crédito depende não apenas da taxa de referência, mas também da saúde do sistema bancário, do grau de confiança na economia e das garantias exigidas pelos bancos.

Ainda assim, o movimento para redução das taxas é visto como um sinal positivo e um passo em direção à melhoria do ambiente financeiro no país.

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