Vendedores do antigo Mercado do Peixe protestam contra usurpação de terra

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Uma marcha simbólica tomou conta da Avenida Marginal na manhã desta quarta-feira. De rostos cerrados, cartazes nas mãos e memórias no coração, dezenas de antigos vendedores do extinto Mercado do Peixe, na cidade de Maputo, voltaram às ruas para protestar contra o que consideram “roubo histórico de terras”.

O alvo da indignação: o espaço onde funcionava o tradicional mercado, demolido anos atrás, e que hoje dá lugar à construção de um imponente edifício comercial e residencial de dez andares.

Os manifestantes alegam que muitos deles comercializavam naquele local desde os tempos coloniais, e consideram-se donos legítimos da área. Embora o governo tenha construído um novo Mercado do Peixe, com instalações modernas noutra zona da cidade, os protestos continuam — agora em torno de uma palavra que ecoa com força: compensação.

“Não queremos apenas paredes novas. Queremos justiça! Aqui está enterrada a nossa história, as nossas raízes. Fomos empurrados para fora sem sequer um obrigado”, lamentou Isabel Mavie, vendedora há 43 anos, entre lágrimas e gritos de protesto.

A construção do novo edifício no local onde funcionava o antigo mercado é vista por muitos como um símbolo da gentrificação e da exclusão social crescente na capital. Os vendedores afirmam que o processo careceu de transparência e que, até hoje, ninguém os chamou para negociar compensações justas.

Segundo apurou a reportagem da Miramar, esta não é a primeira manifestação relacionada ao tema. Protestos similares têm sido realizados de forma periódica, sempre em frente ao novo edifício em construção. As autoridades, até ao momento, não deram resposta pública formal às reivindicações.

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