A Comissão Técnica do Diálogo Nacional Político Inclusivo deu ontem (19) mais um passo rumo à consolidação de um processo abrangente de escuta e participação cidadã, ao receber um conjunto de equipamentos informáticos oferecidos pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O acto de entrega decorreu em Maputo e foi conduzido pelo representante do PNUD em Moçambique, Edo Stork, que entregou simbolicamente o material ao presidente da Comissão Técnica, Edson Macuácua. O reforço tecnológico pretende facilitar o trabalho da comissão, que entra numa fase crucial: a auscultação pública de diferentes sectores da sociedade.
Segundo Macuácua, todos os preparativos estão a decorrer dentro dos prazos e a auscultação pública será oficialmente lançada no dia 10 de Setembro, num evento de grande dimensão a ser dirigido pelo Presidente da República, Daniel Chapo, no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo.
Edson Macuácua sublinhou que a auscultação não se limitará às capitais provinciais, mas será alargada a todas as regiões do país e à diáspora moçambicana. O objectivo, disse, é garantir que nenhum cidadão ou grupo social fique excluído deste exercício democrático.
“Estamos a preparar uma auscultação pública abrangente, que envolverá todos os estratos sociais: partidos políticos, sociedade civil, académicos, camponeses, jovens, mulheres, empresários, organizações sócio-profissionais e fazedores de cultura. A diversidade será a marca deste processo”, destacou o presidente da Comissão Técnica.
Além das sessões abertas ao público, estão previstas mesas-redondas temáticas e debates especializados com grupos específicos, bem como encontros individualizados com personalidades proeminentes da política, da academia, da cultura e da economia.
O representante do PNUD, Edo Stork, destacou que a entrega dos equipamentos faz parte do apoio das Nações Unidas ao fortalecimento da democracia e da governação inclusiva em Moçambique.
“Estamos confiantes de que este processo irá contribuir para uma maior coesão social, reforçando o diálogo e a confiança entre cidadãos e instituições”, afirmou.
A auscultação pública é uma etapa decisiva para o Diálogo Nacional Político Inclusivo, iniciativa que visa promover paz duradoura, estabilidade política e participação democrática. Ao assegurar que diferentes vozes sejam ouvidas – desde as bases comunitárias até às elites intelectuais e culturais – a Comissão Técnica pretende criar consensos que reflitam a diversidade e as aspirações do povo moçambicano.