Frelimo em modo auditoria: partido vai fiscalizar promessas feitas aos cidadãos

O secretário-geral da Frelimo, Chakil Aboobacar anuncia auditoria nos 60 municípios da Frelimo para verificar se promessas eleitorais estão a ser cumpridas. Foco nas eleições de 2028.

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Numa virada estratégica que mistura autoavaliação e preparação eleitoral, o secretário-geral da Frelimo, Chakil Aboobacar, anunciou esta terça-feira (05) que o partido irá “abrir os olhos” e fiscalizar o desempenho dos 60 municípios sob sua gestão. O objetivo? Saber se os discursos de campanha realmente se transformaram em acções no terreno – e, se não, corrigir a rota.

O anúncio foi feito no encerramento da sua visita de quatro dias à província de Gaza, onde Aboobacar deixou claro que a Frelimo não quer surpresas desagradáveis nas urnas de 2028. Segundo ele, os municípios devem reflectir as promessas feitas à população. Se a palavra foi dada, a obra tem que ser feita.

“Temos que garantir que aquilo que prometemos durante a campanha eleitoral esteja a ser implementado no terreno. Somos confrontados diariamente com a ineficácia e prepotência na gestão da coisa pública, o que ofende os interesses do Estado”, afirmou com firmeza.


Prometer, sim. Cumprir, mais ainda.

Na nova fase que se avizinha, os conselhos municipais estarão sob um verdadeiro “exame de consciência política”. A estrutura da Frelimo quer saber se os hospitais estão a funcionar, se as estradas estão transitáveis, se os mercados estão limpos e iluminados. E principalmente, se o povo sente que está a viver melhor.

A ideia é simples: passar do “diz-se” para o “faz-se”.

“As promessas feitas ao povo são de cumprimento obrigatório”, reforçou Aboobacar, num tom que ressoou como aviso aos gestores municipais menos diligentes.

Esta iniciativa de “autofiscalização partidária” surge num contexto político em que a confiança do eleitor está mais cara do que nunca. E, para a Frelimo, manter a maioria nos municípios em 2028 passa, inevitavelmente, por demonstrar trabalho sério e transparente agora.

Apesar dos desafios, Chakil Aboobacar afirmou sair de Gaza com uma impressão positiva sobre o dinamismo da província — tanto no plano político como administrativo. Um sinal de que, na visão do partido, há terreno fértil para semear a próxima vitória.

Ao colocar os próprios municípios sob avaliação, o partido mostra que não basta vestir a camisola nas campanhas: é preciso suar por ela no dia-a-dia. E, como ficou claro no discurso do secretário-geral, quem não corresponder às expectativas da população pode vir a enfrentar não só críticas internas, mas também o julgamento das urnas.

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