O presidente do partido Nova Democracia, Salomão Muchanga, lançou duras críticas aos principais órgãos eleitorais do país e exigiu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) responsabilize criminalmente a Comissão Nacional de Eleições (CNE), o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) e o Conselho Constitucional (CC) pelas irregularidades e alegada fraude eleitoral ocorridas nas últimas eleições autárquicas e presidenciais.
Durante uma entrevista na TV Sucesso, Muchanga afirmou que o país está perante crimes eleitorais de natureza grave, e sublinhou que a omissão da PGR diante desses factos “é inaceitável”. “A PGR não pode ser um actor mudo de cinema. É imperativo que actue com coragem e imparcialidade”, declarou, em tom firme.
O líder da Nova Democracia denunciou o que considera ser uma justiça selectiva no sistema moçambicano, onde instituições que deveriam zelar pela legalidade e pela lisura do processo democrático estariam, segundo ele, comprometidas com interesses ocultos.
“A paz verdadeira só será possível quando as instituições forem sérias, e não meras fachadas que encobrem práticas mafiosas dentro do jogo político”, alertou.
Salomão Muchanga defendeu que a responsabilização institucional é o único caminho possível para restaurar a confiança dos moçambicanos no sistema democrático, e pediu que a sociedade civil, os partidos políticos e os cidadãos não se calem diante do que chamou de “usurpação do poder pelo engano e pela fraude”.