Moçambique poderá receber, até meados de Setembro, os primeiros lotes de vacinas destinadas à prevenção da mpox – doença anteriormente conhecida como varíola dos macacos –, anunciou esta terça-feira o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa.
O anúncio foi feito no final da 27ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, em Maputo, onde o Governo revelou que o Ministério da Saúde (MISAU) já se encontra em fase de avaliação técnica sobre os tipos de imunizantes mais adequados para conter o avanço da doença no país.
“Neste momento, o MISAU está a receber aconselhamentos especializados sobre quais vacinas adquirir para o controlo eficaz da mpox. Esperamos que o país possa contar com os primeiros fornecimentos até meados de Setembro”, declarou Impissa.
Até à data, Moçambique já contabilizou 29 casos confirmados da doença. A província do Niassa é a mais afetada, com 28 dos casos, enquanto a província de Maputo registou apenas um.
Segundo especialistas, este padrão de distribuição geográfica levanta preocupações específicas quanto ao controlo regional do surto e à alocação estratégica das vacinas.
Com a iminência da chegada dos imunizantes, o Governo prevê implementar um plano de priorização de grupos vulneráveis e zonas com maior risco de contágio, sobretudo no norte do país. A vacinação poderá ser combinada com ações de sensibilização comunitária, rastreio de contactos e monitoria ativa dos sintomas.
A mpox, embora geralmente menos severa que a varíola humana erradicada há décadas, pode causar complicações sérias, especialmente em indivíduos imunocomprometidos. Os sintomas incluem febre, dores musculares, lesões cutâneas e fadiga intensa.
A inclusão das vacinas como parte da resposta nacional é considerada um passo estratégico na contenção do surto. Países como o Brasil, Canadá e EUA já usam imunizantes específicos para o vírus mpox (como a vacina MVA-BN, também conhecida como Jynneos ou Imvanex) com resultados promissores na prevenção e na mitigação da transmissão.
O Governo reafirmou o seu compromisso em proteger a saúde da população, sublinhando que todas as ações estão a ser coordenadas com parceiros internacionais e instituições de saúde global.
“O Executivo está atento ao quadro epidemiológico e não poupará esforços para garantir uma resposta rápida, eficaz e baseada em evidência científica”, reforçou Inocêncio Impissa.
Com a expectativa da chegada das vacinas contra a mpox até Setembro, Moçambique dá um passo importante na prevenção de surtos, especialmente nas províncias com maior incidência. O reforço das capacidades de resposta nacional poderá ser determinante para travar a disseminação do vírus e proteger as comunidades mais vulneráveis.