Há cerca de dois meses que o Centro de Saúde 1 de Junho, localizado no bairro Ferroviário, na capital moçambicana, enfrenta uma situação crítica: a ausência total de fornecimento de água potável. O cenário tem colocado em causa o funcionamento regular da unidade, especialmente na área de maternidade, onde a higiene e o acesso à água são vitais.
Sem uma fonte segura de abastecimento, profissionais de saúde, pacientes e acompanhantes são forçados a buscar água em construções vizinhas, recorrendo a baldes e garrafões para manter minimamente as condições de funcionamento. Mulheres em trabalho de parto enfrentam riscos acrescidos devido à falta de saneamento adequado.
“É lamentável ver um centro de saúde nesta situação. Vimos gente a sair para procurar água com bidões enquanto o trabalho de parto está em curso”, relatou um morador à reportagem da Miramar.
Moradores do bairro Ferroviário e utentes oriundos de outras zonas de Maputo não esconderam a indignação durante entrevistas ao canal televisivo Miramar. Muitos consideram a situação inaceitável e pedem intervenção urgente das autoridades competentes para restabelecer a dignidade dos serviços prestados.
De acordo com a TV Miramar, a Direcção do Centro de Saúde confirmou que a unidade está a ser alvo de uma reabilitação profunda no sistema de abastecimento de água, o que justificaria a actual paralisação. No entanto, não foi avançado qualquer prazo para a conclusão das obras, deixando os utentes sem alternativa senão encontrar formas próprias de suprir uma necessidade tão básica.
Enquanto as obras continuam, a crise hídrica levanta sérias preocupações sobre as condições mínimas de salubridade e segurança nos atendimentos médicos, agravando ainda mais o já pressionado sistema de saúde pública.