Crianças Trocam Infância por Prostituição em Albazine

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No coração do bairro de Albazine, na cidade de Maputo, cresce uma realidade que fere — meninas uniformizadas que trocam cadernos por copos, sonhos por sexo, esperança por sobrevivência.

O antigo terminal de transportes, conhecido como “Desapego”, transformou-se num território onde a infância é vendida ao cair da noite. Ali, entre barracas iluminadas por luzes intermitentes e copos baratos, a vulnerabilidade dança com o desespero.

“Elas saem da escola e vão beber. À noite, trocam o uniforme por roupas curtas e ficam nas barracas a ‘vender-se’”, relata Rosalinda Manhiça, moradora do quarteirão 4, com os olhos embargados.

As barracas, localizadas perigosamente perto das escolas Secundária Joaquim Chissano, Khurula e Básica de Albazine, operam longe do olhar da lei, vendendo bebidas alcoólicas e cigarros electrónicos a menores, muitos ainda em idade de brincar.

O chefe do quarteirão 18, Hélder Planta, levanta o véu sobre uma prática cada vez mais comum: menores escondem drogas em latas de refrigerante e cigarros nas mochilas escolares. “A fiscalização tem de ser reforçada. Não podemos assistir de braços cruzados à autodestruição da nossa juventude”, alerta.

Vídeos e áudios chocantes circulam nas redes sociais, mostrando menores a serem coagidas, exploradas e ameaçadas por adultos. Um grito digital de socorro que não pode ser ignorado.

A 23.ª Esquadra da PRM, em coordenação com líderes comunitários, iniciou campanhas de patrulhamento e sensibilização. Mas o problema vai além do policiamento. É social. É cultural. É estrutural.

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