O cidadão Aníbal dos Santos Júnior, mais conhecido por “Anibalzinho”, encontra-se em liberdade após cumprir 24 anos de prisão, confirmou nesta quarta-feira (08) a Tua Televisão (TTV).
A estação televisiva noticiou que, apesar das tentativas, não conseguiu captar imagens da saída do ex-recluso, um dos nomes mais conhecidos dos anais criminais de Moçambique devido à sua ligação direta com o assassinato do jornalista Carlos Cardoso, ocorrido a 22 de novembro de 2000, em Maputo.
Anibalzinho foi apontado pela justiça moçambicana como o autor material do crime, e condenado, juntamente com outros coarguidos, por ter planeado e executado o homicídio do jornalista, que à época investigava um escândalo financeiro de 14 milhões de dólares, relacionado à privatização de bancos nacionais nos anos 1990.
Durante o cumprimento da pena, Anibalzinho protagonizou duas fugas espetaculares da prisão, episódios que abalaram o sistema penitenciário moçambicano e levantaram suspeitas sobre a possível colaboração de figuras influentes para facilitar as evasões. Ambas as vezes foi recapturado e devolvido ao país, após intensa cooperação internacional.
O caso Carlos Cardoso continua a ser um marco na luta pela liberdade de imprensa e pela justiça em Moçambique. O jornalista, conhecido pela coragem em denunciar corrupção e irregularidades financeiras, foi alvejado a tiro quando saía do seu jornal Metical, no centro de Maputo.
A libertação de Anibalzinho reacende debates sobre o sistema penal moçambicano, o cumprimento efetivo das penas e a memória de um dos crimes mais mediáticos do país independente.
Até ao momento, as autoridades penitenciárias não divulgaram detalhes sobre as condições da libertação nem se Anibalzinho cumprirá algum tipo de supervisão pós-penal.