O sol mal nasceu na manhã de quinta-feira quando o silêncio da aldeia de Chiúre-Velho foi quebrado por disparos e gritos. O posto administrativo, que há poucos meses mostrava sinais de tranquilidade, voltou a ser alvo de um ataque brutal de insurgentes, forçando mais de 11 mil pessoas a deixarem tudo para trás — casas, cultivos, sonhos.
Refugiados em centros transitórios de Namissire e Micone, os deslocados vivem agora entre a dor da perda e a incerteza do amanhã. “Fugimos só com a roupa do corpo. Precisamos de comida, água, um lugar seguro”, contou uma mãe de três filhos, abrigada debaixo de uma lona improvisada.
Perante este novo ciclo de medo, o Governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, deslocou-se à região para acalmar os ânimos e trazer esperança. Garantiu que tropas das Forças de Defesa e Segurança (FDS) e forças locais estão a patrulhar a zona e a perseguir os atacantes.
“Estamos presentes. Não vamos abandonar o nosso povo. A paz vai voltar a Chiúre-Velho”, afirmou Tauabo, com determinação.
Enquanto a segurança é reforçada, o clamor por assistência humanitária cresce a cada dia. Faltam mantimentos, medicamentos, cobertores e esperança — uma esperança que o governo promete reacender, com medidas em curso para garantir apoio digno às famílias deslocadas.