O sistema de educação na província de Maputo foi abalado por um caso grave de fraude académica. Um jovem de 21 anos encontra-se sob investigação das autoridades policiais e educacionais por suspeita de envolvimento direto no vazamento dos enunciados das últimas provas trimestrais, episódio que provocou forte indignação pública e constrangimentos para milhares de estudantes.
Segundo a diretora provincial de Educação, Carmélia Canda, o suspeito é irmão de um aluno que deveria realizar as provas. Embora a investigação ainda esteja em curso, os indícios apontam para um esquema organizado que teria permitido o acesso antecipado às provas.
O vazamento teve consequências imediatas e graves: a anulação e cancelamento das provas de Química, História, Inglês, Educação Visual, Francês, Geografia e Biologia, que estavam programadas para a semana passada.
A decisão, tomada em caráter de urgência, afetou milhares de alunos e professores, gerando frustração, perda de tempo letivo e desconfiança sobre a credibilidade do sistema de avaliação.
“O episódio criou um enorme constrangimento, exigindo da nossa parte medidas rápidas e firmes. Não podemos permitir que a integridade das avaliações seja comprometida”, declarou Carmélia Canda.
Face ao escândalo, as autoridades elaboraram novos enunciados, que foram aplicados em regime especial entre quarta-feira e quinta-feira. O processo foi acompanhado de um reforço extraordinário de segurança, incluindo novas medidas de controlo e distribuição das provas trimestrais, com o objetivo de evitar qualquer repetição do incidente.
O vazamento das provas trimestrais é considerado um crime grave contra o sistema educativo, pois mina a meritocracia, desvaloriza o esforço dos estudantes honestos e fragiliza a confiança pública nas instituições.
As autoridades policiais continuam a investigar o caso para identificar possíveis cúmplices e responsabilizar todos os envolvidos.
“Estamos determinados a encontrar a origem do vazamento e a responsabilizar os autores. Este é um alerta de que não haverá tolerância para práticas que descredibilizam a educação”, sublinhou Canda.
O desfecho do caso será determinante para restaurar a confiança da comunidade escolar. Enquanto isso, cresce o debate sobre a necessidade de modernizar os mecanismos de segurança das provas, incluindo soluções digitais e sistemas de rastreamento para proteger a integridade dos processos avaliativos.