Menor de 14 anos algemado em hospital: PRM sob fortes críticas em Nampula

Organização Kóxukhuru denuncia grave violação dos direitos humanos por parte da Polícia da República de Moçambique (PRM), após manter um adolescente de 14 anos algemado a uma cama no Hospital Central de Nampula, mesmo em estado crítico.

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A Polícia da República de Moçambique (PRM) está a ser alvo de duras críticas e acusações de violação dos direitos humanos e, em particular, dos direitos da criança, após manter um menor de 14 anos algemado a um leito hospitalar no Hospital Central de Nampula.

Segundo o Jornal Rigor, o caso foi denunciado pela organização de defesa dos direitos humanos Kóxukhuru, que classificou a actuação da polícia como “desumana e indigna”, sublinhando que se trata de uma violação flagrante da legislação nacional e da Convenção sobre os Direitos da Criança.

Segundo a denúncia, o adolescente, órfão de pai e mãe, foi esfaqueado na passada sexta-feira durante um episódio de mendicidade na Escola Básica dos Limoeiros, em Nampula. O ataque deixou-o gravemente ferido e em risco de vida.

Mesmo nesta condição, em vez de garantir proteção e assistência médica imediata, os agentes da PRM decidiram algemá-lo à cama hospitalar, tratando-o como um suspeito criminal.

A Kóxukhuru exige que o menor receba cuidados médicos sem qualquer constrangimento policial e apela à responsabilização imediata dos agentes envolvidos.

“Nenhuma circunstância justifica que uma criança ferida e em sofrimento seja tratada como criminosa. Este acto atenta contra a dignidade humana, fere os princípios da proteção infantil e compromete a imagem das forças de segurança”, sublinha a organização em comunicado.

Este episódio volta a trazer para o centro do debate público as denúncias recorrentes de abuso de autoridade e tratamento desumano por parte das forças policiais em Moçambique. Organizações da sociedade civil defendem que a PRM precisa de reforçar a formação dos seus agentes em direitos humanos, particularmente em casos envolvendo crianças e grupos vulneráveis.

O caso deverá ainda gerar pressão internacional, uma vez que envolve a violação de convenções globais ratificadas por Moçambique, colocando em xeque o compromisso do país com a proteção dos direitos da criança.

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