A corrida pela farda da Polícia da República de Moçambique (PRM) está a abrir espaço para esquemas fraudulentos e práticas ilícitas. O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) apresentou, esta segunda-feira (01), seis cidadãos detidos em Nampula, acusados de falsificação de recibos de recenseamento militar, documentos exigidos no processo de ingresso na corporação.
Num contexto em que as vagas na polícia despertam grande interesse entre a juventude, as longas filas nos serviços de registo e notariado estão a levar alguns candidatos a arriscar caminhos fora da lei.
Um dos detidos confessou ter recorrido a uma reprografia para falsificar o documento, justificando a decisão com a pressão do tempo e o receio de perder a oportunidade de se candidatar.
“Foi pela pressão. Não queria perder a vaga e decidi falsificar o recibo”, declarou perante as autoridades.

De acordo com o SERNIC, a tentativa de “entrar pela porta de trás” é uma ameaça séria para a credibilidade e segurança da PRM, já que a corporação pode acabar a admitir elementos sem idoneidade.
As autoridades garantem estar a reforçar mecanismos de fiscalização para travar o fenómeno e alertam que qualquer candidato apanhado com documentos falsos será responsabilizado criminalmente.
Na posse dos detidos foram apreendidos computadores, impressoras e outros materiais de reprografia, alegadamente utilizados no esquema, além de vários recibos falsificados já prontos para circulação.
O SERNIC apela à juventude para evitar práticas ilícitas e seguir o caminho legal, lembrando que a pressa e a fraude podem custar a liberdade.