Niassa: Detidos dois homens por profanação de túmulo em Maniamba

Polícia moçambicana deteve dois homens por violação de túmulo em Maniamba, Niassa. Um terceiro suspeito fugiu. Ossos pertencem a um adulto sepultado há três meses.

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Polícia encontrou ossos humanos em posse dos suspeitos; terceiro envolvido está em fuga

Dois indivíduos foram detidos na passada sexta-feira (1 de agosto) no distrito de Lago, província do Niassa, por envolvimento na profanação de um túmulo no cemitério de Matitima, localizado no Posto Administrativo de Maniamba. A Polícia da República de Moçambique (PRM) surpreendeu os suspeitos com ossos humanos em sua posse, minutos após a exumação de um corpo.

Segundo as autoridades, um terceiro indivíduo, presumivelmente o comprador dos restos mortais, conseguiu escapar, mesmo após a polícia ter efetuado disparos de advertência. A fuga levanta ainda mais suspeitas sobre as possíveis redes ou práticas ocultas associadas à aquisição de restos humanos, um fenómeno que preocupa há anos as comunidades rurais no norte do país.

De acordo com Osvaldo Piedade, médico-chefe do distrito de Lago, um exame forense preliminar revelou que os ossos pertencem a um adulto sepultado há cerca de três meses. A polícia evitou fornecer mais detalhes sobre o género da vítima ou a identidade do falecido, uma vez que as investigações ainda estão em curso.

Até o momento, não foi revelada a motivação exata do crime, mas especula-se que os restos mortais poderiam ser utilizados em práticas supersticiosas, rituais de feitiçaria ou fins comerciais ilegais, uma realidade ainda presente em algumas zonas remotas do país.

Este caso reacende o alarme sobre a crescente incidência de violação de túmulos na província do Niassa. Segundo relatos comunitários, os cemitérios das zonas residenciais de Tungo e Seli, nos arredores da cidade de Metangula, também já foram alvos de profanações nos últimos meses. Em muitos casos, as famílias notam sinais de escavação dias depois do sepultamento dos seus entes queridos.

“Estamos a viver com medo. Já não sabemos se os nossos mortos descansam em paz. Pedimos às autoridades mais vigilância nos cemitérios”, disse um residente de Metangula, visivelmente revoltado.

As autoridades policiais prometeram intensificar as investigações e reforçar a vigilância nos cemitérios vulneráveis, sobretudo durante a noite, período em que normalmente ocorrem as violações. A polícia também apela à população para denunciar movimentos suspeitos, de modo a travar esta prática macabra.

“Estamos diante de um crime grave e profundamente ofensivo aos valores sociais e culturais. A investigação está em curso para identificar todos os envolvidos e entender as motivações por detrás deste ato repugnante”, afirmou um porta-voz da PRM no Niassa.

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