A luta contra o narcotráfico voltou a marcar a semana em Moçambique. Em duas operações distintas, as autoridades anunciaram a apreensão de 38 quilogramas de canábis-sativa (suruma) na província de Tete e a incineração de quase 200 quilogramas de drogas diversas em Nampula.
Na província de Tete, a Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve três cidadãos por posse, venda e consumo de drogas. Dois deles foram surpreendidos nos bairros Samora Machel e M’padue com 38 kg de suruma destinada à comercialização. O terceiro foi apanhado no momento da compra para consumo próprio.
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Segundo o porta-voz da PRM em Tete, a droga é de produção local, e já estão em curso diligências para identificar e neutralizar os pontos de cultivo e fornecimento.
“Estas operações fazem parte de um esforço contínuo para desmantelar as chamadas ‘bocas de fumo’, que alimentam o consumo e aumentam os índices de criminalidade nos bairros”, afirmou o porta-voz.
Enquanto isso, na província de Nampula, o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) incinerou 188 kg de drogas diversas, apreendidas em sete casos registados entre maio e julho deste ano, que resultaram em 18 detenções.
As drogas destruídas incluíam heroína, metanfetamina, anfetamina e canábis-sativa, reforçando a posição de Nampula como um dos principais corredores de tráfico de estupefacientes no país.
Contudo, a operação não escapou a polémicas. O Ministério Público levantou dúvidas sobre a quantidade real incinerada, afirmando que os números apresentados não correspondem totalmente ao volume de apreensões registadas.
Circulam ainda relatos de que parte da droga teria sido trocada por farinha de trigo e flocos, acusação que o SERNIC nega veementemente.
“As informações que circulam não têm qualquer fundamento. Toda a droga apreendida foi devidamente incinerada na presença das autoridades competentes”, assegurou um porta-voz do SERNIC.
Moçambique continua a ser apontado por organismos internacionais como rota estratégica do tráfico de drogas, sobretudo no norte do país, onde portos e rotas terrestres são frequentemente usados como corredores para heroína e metanfetaminas.
