Quatro paquistaneses detidos em Milange por entrada ilegal em Moçambique

Autoridades da Zambézia detiveram quatro imigrantes paquistaneses em Milange por tentativa de entrada ilegal em Moçambique. Grupo planeava atravessar até à África do Sul.

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As autoridades de migração reforçaram o cerco contra a imigração ilegal na província da Zambézia. No último fim-de-semana, quatro cidadãos paquistaneses foram detidos no distrito de Milange quando tentavam entrar no país de forma clandestina, numa operação da Direcção Provincial de Migração (DPM).

Segundo explicou o porta-voz da instituição, Reinaldo Massorongo, os imigrantes não possuíam qualquer documento de identificação válido. O grupo era transportado em motorizadas conduzidas por outros estrangeiros, que, ao se depararem com a presença das autoridades, abandonaram os meios circulantes e fugiram para destino incerto.

Durante a audição preliminar, um dos cidadãos paquistaneses confessou ao jornal Notícias que o objetivo não era permanecer em Moçambique. O plano, segundo ele, era usar o território nacional como corredor para alcançar a vizinha África do Sul, país que continua a ser destino preferencial de imigrantes em busca de oportunidades de trabalho.

“A nossa intenção era atravessar Moçambique e seguir até à África do Sul”, disse um dos detidos.

O grupo pretendia atravessar pelo posto de controlo de Beúla, localizado a cerca de 500 quilómetros do posto fronteiriço oficial entre Moçambique e Malawi, numa rota frequentemente usada por redes de imigração clandestina.

O distrito de Milange, devido à sua localização geográfica, é considerado um dos principais pontos de entrada ilegal no país. A extensa fronteira com o Malawi, marcada por caminhos secundários e de difícil fiscalização, facilita a movimentação de grupos organizados que exploram a vulnerabilidade das comunidades fronteiriças.

De acordo com a DPM, este caso reforça a preocupação das autoridades moçambicanas em relação à crescente pressão migratória internacional, que envolve não apenas cidadãos africanos, mas também asiáticos e do Médio Oriente.

Reinaldo Massorongo garantiu que as forças de migração, em coordenação com a polícia e outros órgãos de segurança, irão reforçar as patrulhas e o controlo nas áreas fronteiriças. O porta-voz alertou ainda que os indivíduos que tentarem entrar ilegalmente no país enfrentarão detenção imediata e repatriamento.

“Estamos atentos às rotas clandestinas usadas pelos migrantes. Vamos continuar a reforçar a vigilância para garantir a ordem e a segurança nacional”, sublinhou Massorongo.

A imigração clandestina tem sido uma das grandes preocupações dos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). Moçambique, pela sua posição estratégica, tem-se transformado num corredor migratório em direção à África do Sul, o que exige maior cooperação entre Estados vizinhos para travar o avanço das redes de tráfico humano e imigração ilegal.

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