Terroristas atacam Chiúre Velho e reacendem clima de medo em Cabo Delgado

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O silêncio aparente que reinava em Chiúre Velho, distrito do sul de Cabo Delgado, foi abruptamente interrompido esta sexta-feira (25), quando um grupo de terroristas armados invadiu o posto administrativo local em plena luz do dia. Em vídeos que circulam nas redes sociais, os atacantes — alguns trajando fardamento alegadamente pertencente às Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) — aparecem a entrar e sair de edifícios públicos com inquietante tranquilidade, sem qualquer sinal de resistência visível.

De acordo com o Jornal Rigor, as imagens revelam um momento insólito: os insurgentes, antes de raptarem um homem num edifício estatal, entregam-lhe calmamente uma bagagem, num gesto que, embora revestido de cordialidade aparente, esconde uma violência simbólica e psicológica devastadora. Rajadas de tiros ecoam pouco depois, e o grupo dirige-se ao comando distrital da Polícia, onde hasteia uma bandeira preta com inscrições em árabe — símbolo habitual de grupos extremistas.

Um dos membros do grupo é filmado a rezar numa das línguas locais de Cabo Delgado, reforçando suspeitas de que muitos destes combatentes podem ser jovens recrutados nas próprias comunidades da província, vítimas de aliciamento, coerção ou falta de alternativas.

Este ataque marca uma perigosa reativação da violência num distrito que vinha dando sinais tímidos de recuperação e estabilidade após meses de relativa paz. A divulgação do vídeo, amplamente partilhado em redes sociais e grupos de WhatsApp, está a espalhar o medo entre as comunidades, reacendendo traumas e provocando novas ondas de deslocamento forçado.

Até ao momento, as autoridades moçambicanas ainda não emitiram qualquer comunicado oficial sobre o incidente nem confirmaram a veracidade das imagens, o que só adensa o clima de incerteza e ansiedade entre os residentes da região.

Chiúre Velho, tal como outras zonas de Cabo Delgado, volta a figurar no mapa da insegurança. E a pergunta que fica no ar é: quanto tempo durará o silêncio das autoridades e o sofrimento das populações?

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