A fome bate à porta de milhares de famílias nos distritos de Mapai, Mabalane, Massingir e Guijá, na província de Gaza, onde a crise alimentar assume proporções alarmantes. As comunidades afectadas enfrentam um cenário desolador, marcado pela falência da produção agrícola, consequência directa de eventos climáticos extremos — seca prolongada, calor abrasador e inundações que devastaram culturas e comprometeram colheitas.
Segundo Clemência Chirrute, chefe do Departamento de Segurança Alimentar na Direcção Provincial de Agricultura e Pescas, a situação é crítica e exige intervenção humanitária urgente.
“Além dos quatro distritos gravemente afectados, Chibuto já entrou em nível de stress alimentar. A escassez está a alastrar-se rapidamente, e as famílias enfrentam dias incertos”, alertou Chirrute.
O fracasso da produção agrícola — base da subsistência local — deixou comunidades inteiras vulneráveis, sem reservas alimentares, e com o poder de compra comprometido. A seca reduziu a produção de milho, feijão e hortícolas. Já as inundações, embora localizadas, destruíram campos agrícolas nas zonas baixas.
A escassez de alimentos começa a reflectir-se em mercados locais, onde os preços disparam, agravando ainda mais a insegurança alimentar.
As autoridades locais e os parceiros de cooperação são chamados a reforçar a resposta com kits de emergência alimentar, apoio logístico e assistência técnica para reactivar a produção nas próximas campanhas agrícolas. Sem medidas imediatas, teme-se o alastramento da crise a outros distritos vulneráveis da região sul.