Dois tractores articulados avariam em menos de um mês após entrega em Niassa

Dois tractores da marca Mahindra, avaliados em 6,5 milhões cada, avariaram no Niassa semanas após a sua entrega. Investimento de 13 milhões já gera críticas de má gestão e suspeitas de burla.

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O entusiasmo inicial em torno da aquisição governamental de tractores articulados para o transporte de passageiros no Niassa deu lugar a frustração e polémica. Dois tratores, cada um avaliado em cerca de 6,5 milhões de meticais, encontram-se já avariados, menos de um mês depois de terem sido entregues às autoridades locais.

O investimento, que ascendeu a mais de 13 milhões de meticais, fazia parte de um esforço do Governo para melhorar a mobilidade em zonas rurais e garantir soluções alternativas ao crónico défice de transporte público. No entanto, a rápida avaria dos tratores articulados levantou questões sobre a qualidade das máquinas, o processo de aquisição e a sustentabilidade da iniciativa.

Durante o programa “6 às 9” da TV Sucesso, o comentador político António Muchanga deixou claro que os tractores da marca Mahindra nunca deviam ter sido enviados para províncias distantes como o Niassa sem garantias adequadas de manutenção.

“Estes tractores deviam permanecer em Maputo, onde existem peças e oficinas especializadas para o seu conserto. Mandá-los para o interior, sem logística de assistência técnica, é condená-los ao colapso”, criticou Muchanga, acrescentando que o episódio pode configurar mais uma burla ao povo moçambicano.

Com as avarias, comunidades que contavam com os tractores para facilitar deslocações de aldeias remotas até aos centros urbanos voltaram a enfrentar longas caminhadas ou a dependência de meios precários e inseguros.

A ausência de esclarecimentos oficiais sobre garantias de fabrico, contratos de manutenção e fiscalização da qualidade aumentou a pressão sobre o Ministério dos Transportes e Comunicações.

Os tractores fazem parte de um programa mais amplo do Executivo para diversificar soluções de transporte público em áreas rurais, reduzindo a dependência de autocarros e “chapas”. Contudo, esta avaria precoce poderá abalar a confiança da população em futuros projectos semelhantes.

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