A Fefani International Limitada, empresa estrangeira sediada na cidade da Beira e dedicada à produção de betão a partir de detritos de areia e pedra, foi suspensa pelas autoridades laborais de Sofala após denúncias graves feitas pelos próprios trabalhadores.
Na passada sexta-feira, um grupo de funcionários expôs ao jornal várias situações alarmantes: ausência total de equipamento de proteção individual — sem botas, luvas, óculos ou auriculares — apesar da atividade exigir alto nível de segurança; salários considerados irrisórios; e a recusa da empresa em assumir responsabilidades em casos de acidentes de trabalho.
Segundo os trabalhadores, as queixas já vinham sendo apresentadas há meses ao sector de trabalho, mas nunca tinham resultado em ações concretas. Foi apenas quando o inspector-chefe da Inspecção-Geral do Trabalho em Sofala tomou conhecimento do caso que a situação ganhou resposta imediata.
Após deslocar-se ao local, a inspeção confirmou não só a veracidade das denúncias, mas também descobriu outras violações graves, como contratos de trabalho precários, ausência de inscrição no Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) e abandono de trabalhadores lesionados sem qualquer compensação.
Em conferência no local, o inspector-chefe anunciou a suspensão imediata das atividades da empresa até que todas as irregularidades sejam regularizadas. A Inspecção do Trabalho prometeu ainda investigar os casos de acidentes e, com apoio de outras entidades, garantir que a empresa indenize as vítimas.
“Nenhum trabalhador pode ser tratado como descartável. Vamos responsabilizar a empresa e assegurar que os direitos laborais sejam respeitados”, afirmou o responsável.