Uma operação conjunta da Polícia de Trânsito (PT) e do Instituto Nacional do Trânsito Rodoviário (INATRO) revelou uma realidade alarmante: 95% dos motoristas de transporte público interprovincial fiscalizados não possuem carta de condução de serviço público, documento obrigatório para transportar passageiros em Moçambique.
A operação decorreu ontem, no terminal rodoviário da Junta, na cidade de Maputo, e em Nhongonhane, distrito de Marracuene, província de Maputo.
O chefe do Departamento da Polícia de Trânsito no Comando-Geral, Cassimo Ali, classificou os resultados da fiscalização como “extremamente preocupantes”, sublinhando que a falta de habilitação legal expõe diariamente milhares de passageiros a riscos graves.
“Constatámos que 95% daqueles que exercem a actividade de transporte de passageiros não têm carta compatível. Isto exige maior organização e medidas firmes para inverter o cenário”, declarou Ali.
Apesar da gravidade dos números, nesta fase a operação privilegiou a sensibilização dos motoristas irregulares.
“Achamos conveniente que todos aqueles objeto da fiscalização e com problemas de cartas incompatíveis fossem hoje sensibilizados, de modo a criarem condições para regularizar a sua situação”, acrescentou o responsável.
O Presidente do Conselho de Administração do INATRO, que acompanhou as operações, lançou um alerta duplo:
- Aos motoristas, recomendou que obtenham as cartas adequadas para cumprir a legalidade;
- Aos passageiros, pediu que denunciem situações de sobrelotação, más práticas de condução ou outras irregularidades, pois estas colocam em risco a vida de todos.
A Polícia de Trânsito garantiu que vai intensificar operações conjuntas com o INATRO em todo o país, para reduzir infrações, aumentar a disciplina nas estradas e reforçar a segurança rodoviária.