A tensão social atingiu um novo pico esta terça-feira (29) com a vandalização da portagem de Malova por um grupo de cidadãos revoltados, no distrito de Massinga. O incidente, marcado por barricadas, bloqueios e destruição de bens públicos, surge na sequência do alegado baleamento mortal de um automobilista por agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), quando este tentava contornar o pagamento da portagem.
Os protestos começaram ainda ao amanhecer, quando manifestantes ergueram barricadas improvisadas e forçaram camiões de transporte de carga a bloquear a circulação na Estrada Nacional Número Um (EN1), na zona de Mahocha — a cerca de 10 km da portagem vandalizada. A obstrução provocou um caos logístico, imobilizando centenas de viaturas e deixando muitos passageiros sem alternativa senão continuar a pé.
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Mesmo com a chegada das forças da Polícia da República de Moçambique (PRM), os manifestantes mantiveram-se firmes, exigindo explicações pelo uso letal da força contra o automobilista. As tensões culminaram com o ataque e a destruição parcial das instalações da portagem, uma infraestrutura considerada estratégica para o desenvolvimento da região.
Em declarações à imprensa, Moisés Nunes, delegado do Fundo de Estradas em Inhambane, condenou os actos de vandalismo e sublinhou que a portagem tem gerado receitas importantes para a manutenção das vias e desenvolvimento local. “É lamentável que se destrua aquilo que pertence a todos. Esta portagem tem trazido benefícios concretos à comunidade”, frisou.
Importa recordar que esta é a segunda vez que a portagem de Malova é alvo de destruição. A primeira ocorreu durante manifestações contra os resultados eleitorais, o que levanta preocupações sobre a segurança e aceitação popular das infraestruturas de cobrança rodoviária em contextos de tensão social.
