Manuel de Araújo promete “mão de ferro” contra corrupção no Conselho Municipal de Quelimane

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A manhã desta segunda-feira, em Quelimane, ficou marcada por acusações explosivas que expuseram o lado obscuro da administração municipal. Durante a segunda sessão ordinária da Assembleia Municipal, o presidente Manuel de Araújo não apenas reconheceu a presença de corrupção dentro do Conselho Municipal, como também prometeu agir com mão de ferro contra os implicados.

As denúncias — feitas de forma pública e sem rodeios por membros da Assembleia — apontam para um esquema que, segundo as suspeitas, envolve funcionários municipais que cobram subornos a empresários para facilitar evasão fiscal e sonegação de impostos.

Segundo o próprio edil, já foram identificados indícios claros de que funcionários municipais agem como “intermediários” para permitir que certos empresários driblem as obrigações fiscais, enfraquecendo as receitas e comprometendo projetos essenciais para a cidade.

“Não toleraremos corrupção, nem conluio com quem prejudica os cofres públicos. Vamos identificar, punir e expor todos os envolvidos”, declarou Araújo, em tom categórico.

O escândalo não se limita a subornos pontuais. A Assembleia Municipal formalizou um pedido ao Gabinete Provincial de Combate à Corrupção para investigar o desvio de mais de 80 milhões de meticais das contas do Conselho Municipal.

Esse montante, que poderia ter sido aplicado em saneamento, estradas, escolas e serviços básicos, teria desaparecido em manobras contabilísticas e esquemas de desvio de fundos ainda sob investigação.

Fontes ligadas à Assembleia alertam que este poderá ser “apenas a ponta do iceberg” e que novas revelações podem emergir nas próximas semanas.

De Araújo assegurou que, além de cooperar integralmente com as autoridades anticorrupção, irá promover auditorias internas para reforçar os mecanismos de controlo financeiro e evitar que esquemas semelhantes se repitam.

“A corrupção é um inimigo que mina a confiança da população. Vamos agir não só para punir, mas para recuperar a credibilidade da administração municipal”, acrescentou.

O caso reacende o debate sobre a eficácia dos mecanismos de fiscalização nos municípios moçambicanos e coloca pressão sobre os órgãos de investigação para apresentar resultados rápidos. Organizações da sociedade civil já exigem transparência total no processo e punições exemplares.

Enquanto isso, os munícipes de Quelimane assistem, apreensivos, a um embate que pode redefinir a gestão da cidade e servir de exemplo — ou de alerta — para outros municípios do país.

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