A madrugada de segunda-feira ficou marcada por uma das piores tragédias rodoviárias do ano em Moçambique. Um grave acidente de viação, ocorrido na Estrada Nacional nº1 (EN1), distrito da Manhiça, ceifou a vida de 24 pessoas, entre elas crianças, deixando ainda dezenas de feridos.
Diante da comoção nacional, o Ministro do Interior, Paulo Chachine, deslocou-se de imediato ao local da tragédia, onde prestou solidariedade às famílias enlutadas e prometeu responsabilizar os agentes dos postos de controlo que permitiram a circulação do veículo em condições ilegais.
Em declarações à imprensa, Chachine foi taxativo:
“O decreto é claro: veículos de transporte de passageiros só podem começar a circular a partir das 05 horas e 00 minutos da manhã. Este carro passou antes dessa hora e ninguém o travou. Isso não pode acontecer. Os postos de controlo que falharam serão penalizados de acordo com a lei.”
As primeiras informações apontam que o veículo, sobrecarregado e com condições mecânicas questionáveis, conseguiu furar pelo menos duas barreiras policiais antes do acidente fatal. O ministro considera que a falha da fiscalização pode ter sido determinante para a tragédia.
Num discurso duro, Paulo Chachine criticou não apenas a negligência dos agentes de fiscalização, mas também a imprudência dos motoristas que desrespeitam as normas de trânsito.
“Correr não significa chegar. A pressa desmedida tem custado vidas e destruído famílias. Não podemos continuar a permitir que o desrespeito pela lei transforme as nossas estradas em cemitérios a céu aberto.”
O ministro garantiu que novas medidas de controlo serão aplicadas de imediato, incluindo maior disciplina nas barreiras policiais e reforço da vigilância noturna.
O acidente da Manhiça expõe novamente o drama recorrente da sinistralidade rodoviária em Moçambique, responsável por milhares de mortes todos os anos. Enquanto isso, as consequências são devastadoras: famílias destruídas, comunidades em luto e um sistema de saúde pressionado por vítimas graves.
Entre lágrimas e dor, familiares das vítimas exigem justiça e mudanças urgentes. Alguns afirmam que viajar nas estradas nacionais “é arriscar a vida todos os dias”.
O Governo, pressionado pela sociedade civil, promete não só reforçar a fiscalização, mas também investir em educação cívica rodoviária, melhorias nas condições das estradas e fiscalização apertada sobre as transportadoras.
Paulo Chachine encerrou a visita com uma promessa firme:
“Não descansaremos enquanto não virmos disciplina nas estradas. O nosso compromisso é salvar vidas.”