Narcotraficantes disfarçam-se de alunos para vender drogas em escolas públicas de Sofala

Director do Gabinete Provincial de Combate às Drogas em Sofala alerta para a infiltração de narcotraficantes disfarçados de estudantes em escolas públicas, com venda de soruma, heroína e metanfetamina.

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O tráfico de drogas em Moçambique está a adoptar novas estratégias cada vez mais perigosas e dissimuladas. Em Sofala, narcotraficantes estão a infiltrar-se nas escolas públicas, fazendo-se passar por estudantes para vender substâncias proibidas entre os alunos. A denúncia foi feita por António Semente, Director do Gabinete Provincial de Combate às Drogas, que alerta para uma escalada silenciosa deste tipo de criminalidade.

Segundo a fonte, os traficantes recorrem ao aliciamento de adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social, oferecendo-lhes dinheiro fácil em troca da distribuição de drogas dentro dos estabelecimentos de ensino. O objetivo, explica Semente, é criar uma rede de microtráfico operando de forma discreta e com aparência de normalidade, o que dificulta a sua detecção pelas autoridades e pelas direcções escolares.

“O que está a acontecer é extremamente grave. Estamos a lidar com grupos organizados que usam menores como ‘mulas’ ou intermediários para infiltrar substâncias como soruma (cannabis sativa), heroína e metanfetamina nos recintos escolares”, denunciou António Semente.

As escolas públicas são os principais alvos desta prática criminosa, muitas vezes por falta de sistemas de vigilância eficazes e pelo elevado número de estudantes por turma, o que dificulta o controlo. Os traficantes chegam a falsificar documentos para aparentar matrícula ou vestem-se com o uniforme escolar, passando despercebidos durante as horas letivas.

As substâncias mais comercializadas — a soruma, a heroína e a metanfetamina — têm efeitos devastadores na saúde física e mental dos jovens. Muitos alunos, inicialmente apenas curiosos ou influenciados por colegas, acabam por desenvolver dependência química e abandonar os estudos.

O impacto deste fenómeno vai além da segurança. O ambiente escolar torna-se hostil, alunos têm o desempenho comprometido e casos de violência, indisciplina e abandono escolar aumentam.

“Não podemos permitir que as escolas, que são espaços de construção de futuro, se tornem zonas de tráfico e consumo. É preciso acção urgente de todos os sectores — educação, polícia, saúde, justiça e família”, reforçou António Semente.

O Gabinete Provincial de Combate às Drogas, em coordenação com a Polícia da República de Moçambique (PRM) e o Ministério da Educação, está a planear operações de fiscalização surpresa, sessões de sensibilização comunitária e acções de capacitação de professores e gestores escolares para identificar sinais precoces de envolvimento com drogas.

Além disso, apela-se às famílias para que fiquem atentas ao comportamento dos filhos e denunciem qualquer movimentação suspeita.

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